SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O novo corte que levou para 12,25% na taxa básica de juros, a Selic, pode reduzir o custo de financiamentos, empréstimos, cheque especial e cartão de crédito.

O alívio, porém, é pequeno, por causa da enorme diferença entre a Selic, usada como bússola pelo mercado, e as reais taxas cobradas por bancos e financeiras ao conceder um crédito.

De acordo com a Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças), há uma variação de mais de 800% entre a Selic e as taxas de juros cobradas dos consumidores -que na média da pessoa física atingem 123,71% ao ano.

Com a atual Selic, a taxa de juros mensal do cartão de crédito rotativo cai de 14,95% para 14,91%, segundo cálculo da Anefac. Ou seja, se uma pessoa utilizar R$ 3.000 no rotativo por 30 dias, por exemplo, vai pagar R$ 447,30 de juros.

Em outro caso, um empréstimo pessoal de R$ 5.000, financiado em 12 meses com o banco, fica com parcela mensal de R$ 532,76 com a Selic a 12,25% ao ano. No total, a dívida custará R$ 6.393,13. Cerca de R$ 15 a menos do que com a taxa anterior.

Já nas financeiras, que cobram taxas maiores, os juros caem de 7,14% para 7,10% ao ano, reduzindo R$ 9,69 de cada parcela.

A simulação ainda considera o crédito pelo cheque especial. Um consumidor que usar R$ 1.000 do limite da sua conta bancária por 20 dias, terá um custo adicional de R$ 52,87, com juros mensais de 7,93%. É preciso considerar ainda a cobrança do IOF (Imposto sobre Operação Financeira) desde o primeiro dia em que o limite pré-aprovado começa a ser usado.

Se o plano é comprar um carro, a atual Selic pode gerar uma economia. Com a atual Selic, um carro de R$ 40 mil financiado em 60 meses, sem entrada, custa R$ 69.713,40 no total. É uma economia de R$ 673,51em relação à taxa de juros anterior. Se considerar desde o início da queda da Selic, em 3 de agosto, cada parcela deste veículo ficou R$ 33,86 mais barata, mostra os cálculos são da Anefac.

Para empresários dispostos a tomar riscos para ampliar seu capital de giro, um empréstimo pelo prazo de 90 dias no valor R$ 50.000, terá uma redução de R$ 62,55 nos juros, calculados em R$ 3.185,35.

Embora o impacto seja pequeno de forma isolada, Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac, afirma que se o Copom (Comitê de Política Monetária) mantiver a sequência de corte da Selic, as taxas de juros do mercado devem sofrer alterações.

Em seus últimos comunicados, o comitê afirmou que prevê, por unanimidade, cortes de 0,5 ponto percentual nos próximos encontros. A expectativa do mercado financeiro é que a Selic encerre o ano em 11,75% ao ano.

Este foi o terceiro corte seguido da Selic desde 3 de agosto do ano passado, quando a taxa foi definida em 13,75% ao ano. O menor nível histórico da taxa básica foi em agosto de 2020, aos 2% ao ano.

Os especialistas do Procon-SP orientam para que antes da contratação de qualquer empréstimo o consumidor pesquise as taxas ofertadas pelos bancos a que tiver acesso, sempre considerando as mesmas condições contratuais para possibilitar a comparação.

O consignado tem as menores taxas do mercado, porque está vinculado ao salário ou à aposentadoria, o que dá à instituição financeira garantia de que o dinheiro emprestado será devolvido.

Logo após o anúncio da redução de 0,5 ponto percentual do Banco Central, o Banco do Brasil anunciou a redução das taxas de juros de seus empréstimos e financiamentos.

Para o consignado do INSS, a taxa de juros pelo BB fica a partir de 1,67% e teto em 1,80% ao mês. Também haverá redução nas linhas de Crédito Novo e Renovação, possibilitando juros mais atrativos para o Crédito Consignado do Setor Público, Financiamento de Veículos, CDC Automático, Crédito Salário, Benefício, Renovação, 13º salário, Cartão de Crédito, Parcelado Pix e Empréstimo com Garantia de Imóveis.

As novas taxas estarão disponíveis para os clientes na sexta-feira (3).

Para os produtos pessoa jurídica, as reduções começam a valer a partir da próxima segunda (6) e atingem principalmente as linhas BB Capital de Giro Digital, Desconto de Títulos e Conta Garantida.

Levantamento do Procon-SP sobre as taxas de juros de empréstimos consignados para servidores públicos estaduais de São Paulo, aposentados do INSS e empregados de empresas privadas constatou diferenças de até 2,39 pontos percentuais entre as instituições financeiras para contratos com prazo de 12 meses. Enquanto um banco apresentou taxa de 2,60% ao mês, outro apontou 4,99% ao mês (funcionário de empresa privada).

A Serasa Crédito diz que é preciso considerar mais do que a taxa de juros para escolher o empréstimo que mais vale a pena. A empresa chama atenção para o valor do CET (Custo Efetivo Total) da operação, que varia entre as instituições financeiras e considera todas as tarifas, os tributos, os seguros e as despesas que o consumidor tem de pagar ao contratar um financiamento ou um empréstimo.


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