SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Apesar de ter começado o dia caindo, a Bolsa brasileira virou e passou a operar em alta na manhã desta terça-feira (7) apoiada por avanços de Magazine Luiza e Vibra, que registravam os maiores ganhos, e pelas ações do Itaú, que subiam e estavam entre as mais negociadas da sessão após o banco reportar crescimento no lucro do terceiro trimestre.
Mais cedo, a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que foi considerada mais dura pelo mercado, pesou no mercado e fez o Ibovespa abrir em viés de queda.
Em seu documento, o Copom afirmou que o aumento da incerteza sobre a meta fiscal elevou o risco de investimentos do país, em meio a discussões sobre uma possível mudança do objetivo de déficit zero em 2024. O comitê afirmou, ainda, que o afrouxamento da disciplina fiscal pode impactar negativamente a política de juros.
"O comitê vinha avaliando que a incerteza fiscal se detinha sobre a execução das metas que haviam sido apresentadas, mas nota que, no período mais recente, cresceu a incerteza em torno da própria meta estabelecida para o resultado fiscal, o que levou a um aumento do prêmio de risco", afirmou.
Às 11h10, o Ibovespa subia 0,46%, aos 118.981 pontos. Magazine Luiza, Vibra, Itaú e Suzano avançavam 6,99%, 5,42%, 1,88% e 1,29%, respectivamente.
No câmbio, o dólar caía 0,38%, cotado a R$ 4,868.
Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, a ata do Copom trouxe uma mensagem mais cautelosa, dando destaque à piora no cenário externo e à falta de fatores para redução da inflação nos próximos meses.
"A mensagem é que o ritmo de 0,50 ponto percentual deve seguir no curto prazo, mas que o tamanho do ciclo de cortes dependerá da reancoragem das expectativas ?o que, na visão do BC, depende da fatores da atuação do próprio BC e das autoridades fiscais", diz Borsoi.
João Savignon, chefe de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital, faz a mesma avaliação.
"Consideramos o tom da ata do Copom mais mais duro que o do Comunicado pós-reunião. Foram destacados diversos riscos, seja do global mais incerto, seja do longo caminho para a ancoragem das expectativas e retorno da inflação ao centro da meta", afirma.
Savignon diz, ainda, que a ata confirma o plano de voo do comitê para as próximas duas reuniões de manter o ritmo de cortes em 0,50 ponto, mas que a magnitude das reduções pode ser alterada se o cenário não evoluir conforme o esperado.
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