BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Nissan confirmou nesta terça-feira (7) que vai ampliar seu ciclo de investimentos no Brasil. Serão aplicados R$ 2,8 bilhões entre 2023 e 2025 para a produção de dois novos SUVs em Resende (RJ) ?antes, a previsão era de R$ 1,3 bilhão em aportes.
Um dos modelos será a segunda geração do Kicks, utilitário compacto que está disponível no mercado nacional desde 2016. O carro será equipado com motor 1.0 turbo flex, que também terá produção no Rio.
A montadora informou que quatro novos fornecedores se instalarão no complexo industrial de Resende, o que deve abrir novos postos de trabalho.
Mas ainda não será dessa vez que a marca japonesa terá carros elétricos produzidos no Brasil. Na semana passada, a empresa apresentou sua nova estratégia para o segmento no Japan Mobility Show, em Tóquio. A princípio, esses modelos estarão disponíveis em mercados com maior infraestrutura de manutenção e recarga.
Existe uma possibilidade de a fábrica brasileira receber a produção do sistema híbrido e-Power, mas a Nissan ainda não definiu se vai seguir o que já existe em outros mercados ?eletricidade conciliada à gasolina? ou se vai adaptar o conjunto mecânico para consumir também etanol.
"Tudo depende de como o mercado vai evoluir. O Brasil já tem uma característica de ter uma matriz energética muito limpa, o motor flex tem um outro significado no país", disse Makoto Uchida, presidente e CEO global da Nissan.
"A eletrificação é uma discussão global, um dos pontos é como lidar com as diferentes velocidades com que cada país caminha nessa direção. Nossa estratégia precisa ser customizada."
O executivo confirmou os investimentos durante visita à fábrica de Resende. Antes, contudo, esteve em Brasília: nesta segunda (6), se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que é também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
No encontro, Uchida afirmou que os novos modelos serão exportados para ao menos 20 países, prioritariamente na América Latina. O CEO disse ainda que a Nissan pretende atingir 7% de participação no Brasil. Hoje, a marca detém 3,4% do mercado interno de carros de passeio e veículos comerciais leves.
Em abril de 2022, a empresa abriu o segundo turno e gerou 578 novos empregos. A expectativa é de, até 2027, um terceiro turno entrar em operação.
"Estamos no Brasil há 23 anos, acreditamos que há uma grande oportunidade de crescimento no país, especialmente no mercado dos SUVs", afirmou Uchida.
A Nissan só contabiliza os anos em que passou a operar oficialmente como montadora no Brasil. Antes, contudo, houve as importações, nos anos 1990, logo depois da reabertura do mercado.
Após um curto período de vendas realizadas por empresas independentes, os automóveis da marca passaram a chegar em maior volume ao Brasil em junho de 1993. A importação foi conduzida pelo grupo japonês Marubeni, com atuação no Brasil desde 1955. Tanto esse grupo como a Nissan faziam parte do mesmo conglomerado empresarial. Globalmente, a empresa completa 90 anos de atividade em dezembro.
A Nissan faz parte de uma aliança global com Renault e Mitsubishi, que já foi presidida por Carlos Ghosn ?nome que não é mencionado por nenhum de seus executivos desde o escândalo que culminou com a fuga cinematográfica do Japão para o Líbano.
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O jornalista viajou a convite da Nissan
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