SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O mercado financeiro comemora a desaceleração dos preços nos Estados Unidos. Em outubro, a inflação ao consumidor acumulada em 12 meses foi de 3,2%, ante 3,7% em setembro, divulgou o Departamento do Tesouro do país nesta terça-feira (14). O mercado esperava que o indicador viesse ligeiramente maior, a 3,3%.
Por volta das 16h15, o Ibovespa sobe 2,30%, a 123.186 pontos. O dólar recua 0,90%, a R$ 4,8612.
"Esse dado positivo de inflação reforçou as expectativas de que o Banco Central Americano não precisará aumentar mais a taxa de juros. Assim, a reação positiva do mercado foi instantânea", disse João Romar, analista da InvestSmart XP.
O núcleo da inflação americana, que desconsidera os preços mais voláteis de alimentos e energia, também surpreendeu positivamente o mercado, subindo 0,2% em outubro, frente a projeção de 0,3%.
"Vale notar, no entanto, que o índice permanece bem acima da meta de 2%. A meu ver ainda teremos volatilidade nos mercados, mas a discussão relevante agora é por quanto tempo a política monetária terá que ficar no campo restritivo. A preocupação recai sobre os impactos nas despesas com juros no endividamento do governo americano e na atratividade relativa de todos os demais ativos financeiros", diz Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.
Em Wall Street, os índices acionários têm desempenhos semelhantes. O S&P 500 sobe 1,75% e o Dow Jones, 1,31%. O Nasdaq tem alta de 2,08%.
Com a desaceleração da inflação, investidores esperam que o ciclo de aumento de juros nos EUA tenha chego ao fim. Atualmente, a básica de juros americana está no maior patamar desde 2001, entre 5,25% e 5,50%. Ontem, a expectativa do mercado é que ela começasse a baixar apenas em junho de 2024. Hoje, se precifica um corte de 0,25 ponto percentual já em maio.
Os juros dos títulos do Tesouro americano acompanham o movimento. A taxa para o título com vencimento em dois anos cai de 5% na segunda, para 4,82%. O de 10 anos cai de 4,63% na véspera, para 4,46%.
No geral, quanto mais altos os juros dos EUA, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente, uma vez que investidores passam a mostrar maior interesse pelo extremamente seguro mercado de renda fixa americano. Com a perspectiva de queda nos juros, o câmbio tende a depreciar.
Enquanto isso, no Brasil, investidores continuam de olho no risco fiscal, em meio a discussões sobre a mudança da meta de zerar o déficit em 2024.
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