SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O mercado financeiro comemorou a desaceleração dos preços nos Estados Unidos nesta terça-feira (14). O Ibovespa subiu 2,28%, a 123.166 pontos, maior patamar desde 3 agosto de 2021, e o dólar encerrou as negociações em baixa de 0,93%, a R$ 4,8615. Este é o menor valor para a divisa desde 18 de setembro, quando a moeda estava a R$ 4,8555, segundo dados da CMA.
Em outubro, a inflação ao consumidor americano (CPI) acumulou 3,2% em 12 meses, ante 3,7% em setembro, divulgou o Departamento do Tesouro dos EUA. O mercado esperava que o indicador viesse ligeiramente maior, em 3,3%.
"Esse dado positivo de inflação reforçou as expectativas de que o banco central americano [Fed] não precisará aumentar mais a taxa de juros. Assim, a reação positiva do mercado foi instantânea", disse João Romar, analista da InvestSmart XP.
Na leitura mensal, os preços se mantiveram estáveis em relação a setembro, quando subiram 0,4% ante agosto. Economistas esperavam uma alta de 0,1%
O núcleo da inflação americana, que desconsidera os preços mais voláteis de alimentos e energia, também surpreendeu positivamente o mercado, subindo 0,2% em outubro, frente a projeção de 0,3%. No acumulado anual, somou 4%.
"Vale notar, no entanto, que o índice permanece bem acima da meta de 2%. A meu ver ainda teremos volatilidade nos mercados, mas a discussão relevante agora é por quanto tempo a política monetária terá que ficar no campo restritivo. A preocupação recai sobre os impactos nas despesas com juros no endividamento do governo americano e na atratividade relativa de todos os demais ativos financeiros", diz Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.
Em Wall Street, os índices acionários também tiveram fortes altas O S&P 500 subiu 1,91% e o Dow Jones, 1,43%. O Nasdaq teve alta de 2,37%.
"O CPI confirmou que o Fed encerrou seu ciclo de aperto monetário", avaliou o gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado.
Com a desaceleração da inflação, investidores esperam que o ciclo de aumento de juros nos EUA tenha chego ao fim. Atualmente, a básica de juros americana está no maior patamar desde 2001, entre 5,25% e 5,50%. Ontem, a expectativa do mercado é que ela começasse a baixar apenas em junho de 2024. Hoje, se precifica um corte de 0,25 ponto percentual já em maio.
Os juros dos títulos do Tesouro americano acompanham o movimento. A taxa para o título com vencimento em dois anos caiu de 5,02% na segunda, para 4,80%. O de dez anos foi de 4,63% na véspera, para 4,44%.
No geral, quanto mais altos os juros dos EUA, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente, uma vez que investidores passam a mostrar maior interesse pelo extremamente seguro mercado de renda fixa americano. Com a perspectiva de queda nos juros, o câmbio tende a depreciar.
Enquanto isso, no Brasil, investidores continuam de olho no risco fiscal, em meio a discussões sobre a mudança da meta de zerar o déficit em 2024.
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A Vale teve uma das principais altas do Ibovespa nesta terça, com valorização de 3,21%. O movimento reflete a expectativa de que o banco central da China aumente suas injeções de liquidez ao rolar os empréstimos de médio prazo próximos do vencimento na quarta (15).
O minério de ferro negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian subiu 0,3%, a US$ 132,39, nesta terça.
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A Azul foi a maior alta das empresas listadas no Ibovespa, com ganhos de 8,84%. A empresa divulgou seus resultados preliminares do terceiro trimestre, com um Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,55 bilhão, bem acima dos R$ 925,1 milhões apurados um ano antes, com alta de 12,3% na receita.
"Já esperávamos um trimestre favorável, mas ainda assim consideramos as margens surpreendentes, sendo apoiadas pela combinação perfeita entre novos aumentos nas tarifas por km voado e uma redução nos custos com combustíveis", escreveram analistas da Genial.
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A CSN saltou 8,47% na Bolsa, mesmo após reportar queda de 62% no lucro do terceiro trimestre, para R$ 90,8 milhões. O Ebitda, contudo, aumentou 4%, para R$ 2,8 bilhões
Nesta terça, o diretor financeiro do grupo, Marcelo Cunha Ribeiro, disse que a companhia planeja listar ações da sua unidade de produção de cimento e encontrar um sócio para a área de energia reforçada, após a aquisição da CEEE-G em 2022, no próximo ano.
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