O comércio de Juiz de Fora já se prepara para as vendas da Black Friday, na próxima sexta-feira (24), e terá horário especial no dia seguinte a uma das datas mais aguardadas pelos consumidores. A Fecomércio MG aponta que 33,5% dos consumidores veem a Black Friday como uma oportunidade para antecipar as vendas de Natal.

Neste ano, 53% dos consumidores pretendem comprar, com preferência por roupas, eletrônicos e telefonia.

O Portal Acessa.com reuniu dicas da Polícia Civil e do Procon-MG sobre como comprar de forma segura na data e evitar golpes.

Horário especial

O Sindicomércio em Juiz de Fora anunciou que no sábado (25), após a Black Friday, o comércio terá horário especial para que os consumidores possam aproveitar as promoções. O comércio de rua estará aberto das 9h às 16h. Na sexta-feira, o horário de funcionamento é normal. 

O Sindicomércio ressaltou ainda que a 30ª Companhia da Polícia Militar (PM) irá reforçar o policiamento na região central da cidade para prevenir ocorrências por meio das Redes de Proteção Preventiva. A expectativa é de que até a próxima sexta-feira, todas as lojas localizadas nas ruas do centro e proximidades estejam integradas à RPP.

Os comerciantes podem se cadastrar on-line

Expectativa de vendas

No Brasil, a Black Friday é realizada desde 2010 seguindo uma tradição americana com grandes descontos em lojas e sites. É sempre realizada na última sexta-feira do mês de novembro, e é vista também como uma oportunidade para antecipar as compras de Natal.

Para o empresário Márcio Marques, dono da loja M.Marques, a data alavancou as vendas presenciais, deixadas um pouco de lado com o crescimento do mercado on-line.

"Antes só pegávamos o dia 30 de novembro, que é o prazo máximo da 1° parcela do 13° salário. Hoje já podemos fazer uma estimativa mensal, lógico dependendo da ousadia de cada promoção feita na loja. A loja tem que atrair o cliente com uma vitrine adequada, informativa de preços de tanto por tanto. Hoje temos descontos que vão de 20 a 70%, assim como rede social, loja virtual, peças de coleção nova e tendências, para que o cliente tenha certeza que ali vale a pena ele comprar", explicou.

Marcio destacou ainda que o desconto da Black Friday, mesmo que se ganhe menos, fideliza um cliente que talvez não seria o perfil da loja, se não fosse a Black Friday.

“Tudo vale a pena! Esse cliente, através do seu atendimento, passa a frequentar sua loja durante o ano e indicar aos amigos”, finalizou.

Pesquisa

Uma pesquisa da Fecomércio MG apontou que 8 em cada 10 consumidores conhecem a data, com 53% planejando compras, especialmente em roupas, eletrônicos e telefonia, e 25% vendo as promoções on-line.

Sobre o comportamento dos consumidores, a pesquisa mostrou ainda que 25,8% compraram em lojas físicas no ano passado, com roupas, calçados e acessórios sendo os mais procurados, seguidos por eletrodomésticos. A pesquisa de preços ocorreu em 33,3% dos casos, e 89,3% dos que pesquisaram preços afirmaram que os descontos eram reais.

As ações que podem estimular as compras incluem facilidade de pagamento, variedade de marcas e produtos e atendimento diferenciado.

Polícia Civil

Com a variedade de produtos e grandes descontos, a Polícia Civil orienta que os consumidores tenham cautela para evitar prejuízos e não cair em golpes.

A delegada Elyenni Célida afirma que os registros mais recorrentes na Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor são as compras em sites e perfis de rede social falsos e a aquisição de produtos falsificados, vendidos como se fossem originais.

“Na pressa de adquirir um produto ou serviço, o usuário acaba se esquecendo de conferir o valor, que pode aparecer sem o desconto aplicado”, exemplifica a delegada Elyenni.

Fique atento:

  • Aos detalhes, como o valor total e as parcelas, juros, prazo de entrega, valor do frete e, principalmente, se não está incluído no valor, de forma oculta, algum tipo de seguro ou garantia estendida não autorizada pelo comprador;
  • Pesquise os preços dos produtos com antecedência, para saber se houve a prática do “tudo pela metade do dobro”, que é quando, dias antes, as empresas aumentam os preços dos produtos para, na Black Friday, reajustar aos valores originais.
  • Casos em que produtos sejam divulgados com os preços muito abaixo do praticado no mercado também requerem atenção, pois são um forte indício de fraude.

Compras pela internet:

  • Opte por sites conhecidos. É possível pesquisar a reputação de empresas por meio do site. O Procon também dispõe de uma lista de endereços eletrônicos que devem ser evitados;
  • Cuidado com sites estrangeiros e ofertas encaminhadas por redes sociais ou e-mail, mesmo aquelas enviadas por pessoas conhecidas. Nesses casos, a orientação é que a compra seja realizada diretamente no site da empresa, digitando o endereço no navegador;
  • Atualize o antivírus no dispositivo em que será efetuada a compra e que escolha uma rede confiável (evitar redes públicas). Para verificar a segurança do site, a orientação é conferir o https na URL, o cadeado na barra de navegação e a inscrição "Site Seguro".

“Muitos criminosos aproveitam a Black Friday para enviar e-mails ou mensagens para usuários relatando a confirmação de uma compra ou relatando um problema com um produto. Trata-se de uma tentativa de phishing, ou seja, de induzir as vítimas a clicar em links fraudulentos e fornecer seus dados bancários e outras informações”, complementa a delegada.

Cuidado com as formas de pagamento:

  • Pix: conferir dados do recebedor e redobrar os cuidados quando o beneficiário é pessoa física;
  • Boleto bancário: conferir todos os dados, como nome da empresa, data, CNPJ, entre outros;
  • Cartão de crédito: optar pelo cartão virtual único (oferecido pela maioria das instituições financeiras por meio de aplicativo), nunca entregar ou enviar fotos do cartão e não salvar dados de cartão para compras futuras;
  • Cartão por aproximação: qualquer pessoa que tiver acesso realiza compras facilmente, por isso, atenção redobrada.

Caí no golpe, e agora?

Se você cair em um golpe, é importante que o mesmo seja denunciado em uma Delegacia da Polícia Civil ou pela Delegacia Virtual, em caso de estelionato.

“Salve todas as informações relativas à compra, desde o anúncio do desconto até a nota fiscal”, orienta Elyenni Célida.

A Polícia Civil disponibiliza ainda uma cartilha com os principais golpes cometidos atualmente, além de uma cartilha com informações sobre direitos do consumidor.

Procon-MG

O Procon ressalta que, nesta época, os órgãos de Defesa do Consumidor recebem muitas reclamações, entre outras, relacionadas a ofertas que não cumprem o anunciado (ex.: a loja anuncia um valor, mas na hora de pagar, aparece outro), descumprimento do prazo de entrega, cancelamento da compra feita pelo fornecedor e entrega de produto diferente do que foi adquirido. E, com as compras on-line, aumentam também o número de golpes no comércio eletrônico.

O órgão orienta que, primeiramente, o consumidor reclame com o fornecedor, por escrito, carta com AR, e-mail ou aplicativo de mensagem. Com a reclamação, encaminhe todos os documentos sobre o ocorrido. Guarde cópia de tudo.

Caso a empresa não responda ou a resposta seja negativa, verifique se ela está cadastrada na plataforma Consumidor.Gov.Br e registre sua reclamação.

Se a empresa não estiver cadastrada ou se o problema não for resolvido na plataforma, formalize reclamação no Procon de sua cidade ou no Juizado Especial de sua comarca.

A reclamação perante o fornecedor, no entanto, não é essencial para que se reclame diretamente nos órgãos oficiais.

Em Juiz de Fora, até sexta-feira (24), o o Procon Móvel estará no Cine Teatro Central, das 9h às 17h, para atendimentos e orientações no local, além de distribuição de Códigos de Defesa do Consumidor e de cartilhas educativas.

Confira todas as dicas:

  • Cuidado com as compras por impulso. Pense se realmente você precisa daquele produto ou serviço. Atenção com o endividamento! Não vale a pena contratar empréstimos para utilizar na Black Friday, por mais vantajosa que a oferta possa parecer;
  • Monitore o preço do produto que pretende adquirir e anote os valores encontrados e as respectivas lojas. É possível haver distinção de preços entre as lojas físicas e on-line, desde que haja a devida informação;
  • Desconfie de preços muito abaixo da média de mercado, isso pode ser sinal de golpe ou de produtos de má qualidade;
  • Atenção para divergência de preço na hora de seleção do produto e durante o processo de pagamento;
  • Verifique se no preço total do produto consta de forma camuflada algum valor referente à garantia estendida ou seguro, isso é venda casada e é proibido;
  • No caso de parcelamento de preço, verifique se o valor é o mesmo da promoção anunciada. Às vezes, a promoção realmente é boa se o pagamento for à vista;
  • Confira também o preço de frete e eventual incidência de tributos. A oferta parece boa, mas, com o valor adicional, não compensa a compra;
  • Busque informações sobre a reputação do fornecedor na internet, em redes sociais com amigos e familiares;
  • Entre no site da loja pelo endereço oficial e não por meio de links que aparecem em redes sociais, aplicativos de mensagens, SMS, WhatsApp, e-mail etc. Atenção! Há publicidades falsas com ofertas bem atrativas, muitas vezes se passando pelo site verdadeiro, sendo divulgadas em redes sociais (Instagram e Facebook);
  • Guarde todos os documentos referentes à sua compra e em compras online; caso não conheça bem a reputação do fornecedor, evite fazer depósitos direto em contas bancárias, transferências e Pix;
  • O prazo para reclamar de vícios aparentes ou de fácil constatação é de 30 dias, para produtos não duráveis, ou noventa dias, para produtos duráveis. Por isso, se comprou um produto que não será utilizado imediatamente, retire da embalagem e teste o funcionamento;
  • Sempre que a compra não ocorrer em loja física, por exemplo, em um site ou por redes sociais, há o prazo de sete dias de arrependimento (art. 49, CDC).

No caso de descumprimento da oferta ou atraso na entrega, o consumidor pode optar por (art.35):

  • Exigir o serviço ou produto adquirido de acordo com o ofertado;
  • A entrega de outro igual, com abatimentos ou acréscimos no preço;
  • O cancelamento com a devolução do que já foi pago.

ACESSA.com - Black Friday: lojas antecipam descontos de at? 50%

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