BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou nesta quarta-feira (13) na criação de um mecanismo de taxação internacional para financiar desenvolvimento sustentável e criticou burocracias no acesso a fundos ambientais.
As declarações foram dadas durante reunião conjunta de sherpas, vice-ministros das finanças e vice-presidentes de bancos centrais do G20, no Itamaraty.
"Podemos explorar, juntos, mecanismos de taxação internacional que ajudem a financiar o desenvolvimento sustentável", disse.
"É necessário aprimorar os mecanismos de financiamento climático. Os quatro maiores fundos ambientais possuem um saldo de mais de US$ 10 bilhões, mas países em desenvolvimento não conseguem acessá-los por empecilhos simplesmente burocráticos", prosseguiu.
Lula não detalhou o que seriam os mecanismos de taxação internacional, nem como vencer as burocracias. Mas a sua fala detalhou os três eixos que guiarão a presidência brasileira do G20: inclusão social e combate à fome e à pobreza, promoção do desenvolvimento sustentável em suas dimensões social, econômica e ambiental e as transições energéticas e a reforma das instituições de governança global.
No terceiro tema, ele voltou a defender reforma no Conselho de Segurança da ONU e defendeu ainda que as instituições financeiras internacionais sejam encorajadas a cortarem as sobretaxas. "Soluções efetivas pressupõem que os devedores, sejam eles de renda baixa ou média, possam se sentar à mesa para resguardar suas prioridades nacionais", disse.
Na linha dos seus últimos discursos, o mandatário ampliou a crítica a uma visão fiscalista da economia, mas tratando em seu discurso no G20 de forma mais genérica e mundial. Ele criticou o pagamento da dívida em detrimento de investimentos em saúde.
"Quase metade da população mundial, 3,3 bilhões de pessoas, vivem em países que destinam mais recursos para o pagamento dos serviços da dívida do que para educação ou saúde. Isso constitui uma fonte permanente de instabilidade política", afirmou.
O mandatário também disse que o próximo ano será de grandes desafios e não convém, "um mundo marcado pelo recrudescimento dos conflitos, pela crescente fragmentação, pela formação de blocos protecionistas e pela destruição ambiental. Suas consequências seriam imprevisíveis para a estabilidade geopolítica".
Lula voltou a criticar a guerra no Oriente Médico, chamando-a de trágico conflito. Ele disse que o Brasil segue de luto, e que a "violação do direito humanitário é chocante" e resulta na morte de mulheres e crianças.
"O Brasil continuará trabalhando por um cessar-fogo permanente que permita a entrada da ajuda humanitária em Gaza e pela libertação imediata de todos os reféns pelo Hamas", afirmou.
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