SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Após o presidente argentino Javier Milei assinar decreto para demitir funcionários públicos, o sindicato da categoria ameaça convocar uma greve geral a partir desta quarta-feira (27).

A Associação dos Trabalhadores do Estado diz que não aceitará nenhuma demissão. "Estamos perante um ataque sem precedente contra os trabalhadores. nesta quarta-feira (27), [teremos] uma mobilização em todo o país e caminhamos para uma greve geral", afirmou Rodolfo Aguiar, secretário-geral do sindicato, à rádio argentina AM 750.

O protesto nesta quarta-feira (27) reúne sindicatos de outras categorias, que são contra as ações feitas pelo atual governo. O decreto assinado nesta terça-feira (26) por Milei afeta cerca de 7 mil pessoas ?funcionários públicos com menos de 1 ano de trabalho não serão renovados.

Há grupos que ficarão isentos da medida e continuarão em suas funções, como pessoas trans ou com deficiência. Também está isento quem "tenha prestado tarefas antes de 1 de janeiro de 2023 e tenha alterado a sua forma de contratação".

O sindicato afirma que todos os trabalhadores "cumprem funções essenciais". "Que ninguém espere que a associação vá aceitar até mesmo uma única demissão", afirma Aguiar.

A categoria também diz que vai dialogar com o Congresso argentino para barrar essa e outras medidas similares. "Se alguém está atingindo a paz social é o próprio governo que decide deixar milhares de famílias na rua neste momento", afirma o secretário-geral do sindicato.

É difícil encontrar precedentes na administração pública de um ataque de tamanha magnitude aos direitos trabalhistas.Rodolfo Aguiar, secretário-geral do sindicato

GOVERNO PRESSIONA

Desde a semana passada, o governo de Milei tem pressionado contra os protestos. A ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello, chegou a dizer que cortaria benefícios de quem participar de atos que bloqueiem vias.

Nas redes sociais, o presidente argentino publicou uma foto antes dos protestos na semana passada com uma foto que dizia "quem bloqueia, não recebe". O Ministério da Segurança divulgou decreto que permite intervenção da polícia e a identificação de manifestantes por meio de câmeras de segurança e drone.


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