SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Conclusão das obras de Abreu e Lima deve custar até R$ 8 bi para Petrobras, B3 vai testar no segundo semestre horário noturno para negociações de Ibovespa e bitcoin e outros destaques do mercado nesta sexta-feira (19).
**ABREU E LIMA PODE CUSTAR QUASE 10X O PROJETADO**
De R$ 6 bilhões a R$ 8 bilhões. Esse é o custo esperado pela Petrobras para concluir as obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, projeto que começou em 2005 e se tornou um dos pivôs do escândalo de corrupção descoberto pela Lava Jato.
EM NÚMEROS
US$ 18 bilhões (R$ 90 bilhões, pela cotação atual) já foram gastos para construir a refinaria, cujas obras pararam em 2015 e foram retomadas em 2022;
Quase 10x o orçamento original (US$ 2,4 bilhões, R$ 12 bilhões) é o que representa o valor estimado para concluir as obras.
O QUE DIZ A PETROBRAS
Que o projeto é viável e terá margem de lucro positiva.
O presidente da estatal, Jean Paul Prates, afirma que a refinaria terá receita equivalente ao seu custo no primeiro ano de operação completa, previsto para 2028.
A ideia da companhia ?que reverteu a estratégia de gestões anteriores e retomou as refinarias como prioridades? é que Abreu e Lima tenha como foco a produção de diesel, combustível em que o Brasil é deficitário.
Ao fim do processo, a capacidade de processamento de petróleo na refinaria de Pernambuco subirá dos atuais 100 mil para 260 mil barris por dia, segundo a Petrobras.
HISTÓRICO
Com obras iniciadas em 2005 e atraso de três anos no início das operações de sua primeira fase, a Abreu e Lima teria participação da estatal venezuelana PDVSA, mas as negociações não andaram.
A estatal decidiu seguir sozinha, apesar de ter projetado equipamentos adequados ao óleo produzido na Venezuela.
Em 2014, inaugurou a primeira fase da refinaria, com capacidade para processar 115 mil barris de petróleo por dia.
Em 2015, após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, as obras remanescentes foram paralisadas.
O TCU (Tribunal de Contas da União) entende que a obra é um exemplo de "como uma ideia virtuosa e promissora pode se transformar num malogro comercial bilionário".
**ALTAS HORAS**
A B3, empresa que opera a Bolsa brasileira, deve estrear no segundo semestre deste ano um horário estendido de negociações, entre 18h30 e 21h45, após o fechamento do mercado à vista (entre 10h e 18h).
Inicialmente, serão negociados apenas dois contratos futuros, o de Ibovespa e o de bitcoin.
A ideia surgiu de uma demanda do investidor de varejo (pessoa física), de acordo com Gilson Finkelsztain, presidente da B3.
NO QUE MAIS A B3 ESTÁ DE OLHO PARA ESTE ANO
Rever as regras do Novo Mercado, segmento reconhecido por agrupar empresas da Bolsa com o mais elevado padrão de governança corporativa e que tinha a Americanas entre as companhias listadas.
Aumentar a liquidez do mercado secundário de dívida (onde são negociados títulos já emitidos), com a atração de mais investidores estrangeiros.
E OS IPOS?
O presidente da B3 diz estar cauteloso com esse tipo de oferta para 2024, já que ela demanda condições favoráveis nos mercados. Os agentes financeiros falam em cinco estreias na Bolsa para este ano.
**PARA LER**
DIGITAL EMPIRES: THE GLOBAL BATTLE TO REGULATE TECHNOLOGY [IMPÉRIOS DIGITAIS: A BATALHA GLOBAL PARA REGULAR A TECNOLOGIA]
- Anu Bradford, Oxford University Press, 607 pp., R$ 131,27 (ebook)
A chegada da economia digital, agora acelerada pelo surgimento da inteligência artificial, inevitavelmente ?e corretamente? criou uma resposta política e regulatória. Neste livro abrangente e importante, Bradford esclarece as abordagens contrastantes da China, dos EUA e da UE. Ela observa que os dois últimos confrontam a China, "em nome de salvar a democracia da autocracia". Mas há uma batalha para salvar a democracia do poder da tecnologia desenfreada também. Este é crucial: trata-se de saber se a tecnologia controla a democracia ou a democracia controla a tecnologia.
SEVEN CRASHES: THE ECONOMIC CRISES THAT SHAPED GLOBALIZATION [SETE CRASHES: AS CRISES ECONÔMICAS QUE MOLDARAM A GLOBALIZAÇÃO]
- Harold James, Yale, 376 pp., R$ 296 e R$ 157,73 (ebook)
Neste fascinante livro, James, um renomado historiador de economias e políticas econômicas, analisa o impacto de sete crises econômicas na história da globalização: as fomes da década de 1840, a crise financeira de 1873, a Primeira Guerra Mundial e as hiperinflações subsequentes de 1914-23, a Grande Depressão dos anos 1930, a inflação dos anos 1970, a Grande Recessão de 2008 e os lockdowns de 2020-22. Sua conclusão surpreendente é que os choques de oferta promovem a globalização, enquanto os choques de demanda a inibem.
**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**
MERCADO
Governo Lula estuda limitar dedução com saúde no Imposto de Renda. Avaliações apontam que 88% do benefício é direcionado aos 20% da população com maior renda.
JUSTIÇA
Justiça do Trabalho aprova, no recesso, retomada de aumento automático a juízes. Conselho liderado por presidente do TST valida reajuste de 5% a cada cinco anos.
FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL
Sam Altman diz em Davos que ChatGPT quer remunerar jornais por conteúdo. CEO da OpenAI afirma que ofereceu 'muito dinheiro' ao NYT e foi surpreendido por processo.
MERCADO
Leilão da Receita tem iPhone e celulares da Xiaomi a partir de R$ 500. São 74 lotes de itens variados, com lances que vão de R$ 200 a R$ 250 mil.
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