SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abriu a sessão desta quarta-feira (24) em queda em meio ao forte apetite por risco global após novo sinal de suporte das autoridades chinesas à economia, depois que o banco central do país reduziu a taxa de compulsório.

Às 9h07, a moeda tinha desvalorização de 0,66%, cotada a R$ 4,9229 na venda.

Na terça-feira (23), o dólar encerrou a sessão em queda de 0,66%, cotado a R$ 4,953, revertendo a alta no início do dia que o levou à casa dos R$ 5. Já a Bolsa teve alta de 1,31%, aos 128.262,50 pontos, em movimento de recuperação após dias de perdas.

O pregão foi marcado por um movimento de recomposição de perdas, puxado, sobretudo, pelo desempenho da Vale, uma das empresas de maior peso no Ibovespa.

A mineradora, que fechou em alta de 2,06%, seguia o otimismo dos futuros do minério de ferro na Ásia. Por lá, os contratos da commodity atingiram o nível mais alto em mais de uma semana, depois que os formuladores de políticas da China prometeram adotar medidas mais eficazes para apoiar a confiança do mercado.

Também no radar, investidores repercutiram a entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao programa Roda Viva na noite de segunda-feira (22). O chefe da pasta disse estar certo de que irá atingir a meta de déficit fiscal zero em 2024: "Se eu não tivesse convicção do que eu estou perseguido, eu não teria defendido há 13 meses a mesma coisa."

"Eu tenho um objetivo, não depende só de mim cumprir esse objetivo. Não vai ser um ministro que vai conseguir entregar um resultado. Eu dependo do Judiciário, dependo do Executivo e do Legislativo. E até agora eu não posso reclamar de ninguém. Na democracia você tem que ouvir o outro", disse.

Ainda no cenário doméstico, a arrecadação do governo federal fechou 2023 com uma queda de 0,12% na comparação com o ano anterior, totalizando R$ 2,318 trilhões. Apesar do recuo, o dado é o segundo melhor da série histórica iniciada em 1995, de acordo com a Receita Federal.

" O resultado ajudou a melhorar o humor dos investidores, e a melhora na percepção de risco fiscal ajudou os juros futuros a recuarem ao longo do dia", afirma Júlia Aquino, analista da Rico Investimentos.

Os contratos dos juros futuros para 2025 encerraram em 10,09%, ante 10,086% do ajuste anterior. Os contratos para 2031 foram de 10,65% para 10,63%.

O movimento do dólar, por sua vez, reflete um reajuste de posições de investidores após alta de 1,20% na segunda-feira, quando bateu R$ 4,986. O mercado ficou receoso com o plano do governo de Lula para impulsionar a indústria do país nos próximos dez anos.

No exterior, Wall Street fechou sem direção única, conforme agentes financeiros começam a analisar também a temporada de balanços de empresas norte-americanas, com o S&P 500 fechando em alta de 0,29%, a 4.864,6 pontos, nova máxima histórica, enquanto o Dow Jones caiu 0,25%.


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