SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Militar Ambiental de Caçador, em Santa Catarina, apreendeu cinco javalis em uma propriedade particular, sendo criados de forma ilegal. Os animais foram recolhidos e levados para o abate sanitário.
Uma lei dezembro de 2023 proíbe esse tipo de criação agropecuária no estado, por contribuir de forma negativa para a destruição da flora e da fauna locais. O proprietário foi autuado.
A PM chegou até o local, uma fazenda no interior de Calmon, a 440 km de Florianópolis, após receber uma denúncia anônima. A apreensão dos animais foi feita em 31 de janeiro.
Os agentes localizaram a propriedade e identificaram o responsável, que confirmou o fato e mostrou onde estavam os animais.
Javalis e suas cruzas (javaporcos) são proibidos pela legislação do estado desde dezembro de 2023, conforme a lei 18.817, que "dispõe sobre o controle populacional e o manejo sustentável do javali-europeu (sus scrofa) em todas as suas formas, linhagens, raças e diferentes graus de cruzamento".
A PM informa que o proprietário foi atuado por não possuir licenças para criação dos animais exóticos invasores.
A criação de javalis no país tem se tornado um problema debatido há anos pela setor agropecuário, com posicionamento contundente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), que atua no combate. O javali é um animal que se reproduz rápido, não é fácil de ser controlado e se desloca com facilidade.
Ele pode percorrer até 70 km por dia, o que dificulta o mapeamento e o controle das populações. Uma fêmea pode dar à luz a até duas ninhadas por ano, com mais de 10 filhotes por gestação.
Levantamento feito por um grupo de pesquisadores brasileiros e estrangeiros mostra que a população de javalis triplicou no país nos últimos dez anos.
Segundo o estudo, divulgado em dezembro de 2023, 1.152 municípios reportaram avistamentos em 2022, com destaque para as regiões Sul e Sudeste. Em 2012, há dez anos, eram 370 municípios.
A medição oficial da presença deste animal no país foi interrompida em 2021 pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).
A Câmara dos Deputados e o governo federal têm debatido o assunto. O Plano Nacional de Prevenção, Controle e Monitoramento do Javali no Brasil, criado em 2017 no governo Temer, perdeu a validade em janeiro de 2022. O governo avalia uma nova versão, mas não há data definida.
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