SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa brasileira registrava mais um dia de queda na manhã desta quinta-feira (29), operando no patamar dos 129 mil pontos, e o dólar subia, enquanto investidores repercutem novos dados de inflação nos Estados Unidos.

Os preços nos Estados Unidos subiram em janeiro, mas o aumento anual da inflação foi o menor em quase três anos, mantendo em aberto um corte na taxa de juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano) em junho.

O índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), o mais acompanhado pelo Fed para as decisões sobre juros, subiu 0,3% no mês passado, informou o Departamento de Comércio norte-americano nesta quinta. Os dados de dezembro foram revisados para baixo, mostrando um aumento de 0,1% no índice de preços PCE, em vez de 0,2%, conforme informado anteriormente.

Nos 12 meses até janeiro, a inflação do PCE foi de 2,4%. Esse foi o menor aumento anual desde fevereiro de 2021 e seguiu-se a um avanço de 2,6% em dezembro.

"Os dados são positivos para o cenário do banco central norte-americano. Contudo, o segundo processo de desinflação é mais lento do que o primeiro, e por isso a autoridade monetária não terá pressa em modificar o atual plano de ação. Os próximos dados serão importantes, pois indicarão se a inflação convergirá de forma sustentável para a meta de longo prazo, que é de 2,0%", diz Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

A casa projeta um arrefecimento dos preços ao longo dos próximos meses, com a inflação se aproximando da meta no terceiro trimestre deste ano.

Economistas consultados pela Reuters previam que o índice PCE subiria 0,3% no mês e aumentaria 2,4% em base anual. O aumento mensal refletiu os aumentos nos preços ao consumidor e ao produtor no mês passado, que a maioria dos economistas atribuiu a aumentos de preços das empresas no início do ano.

"Será prudente não fazer nenhum julgamento forte até que os dados de fevereiro sejam divulgados no próximo mês, seja a aceleração de janeiro um fato isolado que talvez se deva à falha dos fatores de ajuste sazonal em incorporar a verdadeira extensão dos aumentos de preços das empresas no início do ano, ou seja o início de algo mais preocupante para o Fed", disse Satyam Panday, economista-chefe da S&P Global Ratings para os EUA.

Às 11h05, o Ibovespa caía 0,59%, aos 129.378 pontos, enquanto o dólar avançava 0,34%, cotado a R$ 4,988.

Na quarta (28), as ações da Petrobras registraram queda de mais de 5% nesta quarta-feira (28), após o presidente da companhia, Jean Paul Prates, ter afirmado que a estatal será mais cautelosa na distribuição de dividendos em sua transição para energias renováveis.

O tombo da estatal aprofundou as perdas do Ibovespa, que já operava no negativo desde o início da sessão. O principal índice da Bolsa brasileira fechou em queda de 1,16%, aos 130.155 pontos.

A Vale, empresa de maior peso do Ibovespa, também caiu, devolvendo os fortes ganhos da sessão anterior e pressionada pela queda do minério de ferro no exterior.

No câmbio, o dólar registrou alta de 0,78% e fechou o dia cotado a R$ 4,971, enquanto investidores seguem aguardando novos dados de inflação dos Estados Unidos, que serão divulgados na quinta (29), para alinhar apostas sobre o futuro da política de juros americana.

"Parte do movimento de alta do dólar pode ser saída de capital estrangeiro que estava posicionado em Petrobras, vendendo as ações e fazendo remessas de dólares para o país de origem. O mercado também com cautela em relação aos dados de inflação nos Estados Unidos que saem amanhã", diz Leandro Petrokas, diretor de pesquisa e sócio da Quantzed.

Folha de S.Paulo - Bolsa fecha em alta e dólar em queda, de olho em decisões de juros do Brasil e dos EUA

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