SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar operava em leve alta na manhã desta quarta-feira (13), com investidores repercutindo os mais recentes dados de inflação dos Estados Unidos, divulgados na terça (12).

A inflação medida pelo CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês) subiu 0,4% em fevereiro, em linha com o esperado pelo mercado. No acumulado do ano, o índice acelerou a 3,2%, pouco acima dos 3,1% do esperado pelo mercado.

Apesar da aceleração, os números confirmaram as expectativas de investidores de que um corte de juros nos Estados Unidos deve ocorrer em meados do ano, não alterando projeções.

Já na Bolsa brasileira, o Ibovespa operava estável, pressionado por uma queda nas ações da Vale, mas ainda impulsionado pela recuperação dos papéis da Petrobras.

Às 10h30, o Ibovespa tinha leve alta de 0,11%, aos 127.811 pontos, enquanto o dólar subia 0,21%, cotado a R$ 4,984

Na terça, a Bolsa brasileira quebrou uma sequência de três quedas consecutivas e fechou alta, voltando ao patamar dos 127 mil pontos, impulsionada pelas ações da Petrobras, que estão se recuperando após fortes recuos recentes. A petroleira avançou mais de 3% no pregão.

O Ibovespa também foi apoiado por empresas mais sensíveis à economia doméstica, após a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro, que, apesar de ter vindo acima do esperado, apresentou baixa no núcleo, que exclui itens mais voláteis.

O índice oficial de inflação do Brasil de fevereiro mostrou alta dos preços acima das expectativas, encerrando o mês com alta de 0,83%. O consenso do mercado era de uma inflação a 0,79%.

A inflação americana também ajudou: as ações europeias subiram para um nível recorde lideradas por montadoras e bancos, conforme investidores mantiveram suas apostas em um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve em junho após os novos dados.

"A inflação de fevereiro [dos EUA] mostra um quadro de estabilidade e não irá ajudar os membros do Fomc [comitê de política monetária] a ganharem a confiança adicional que precisam para iniciar o ciclo de queda na taxa de juros, mas não vai alterar as expectativas de que os cortes devem ocorrer no meio do ano", diz Danilo Igliori, economista-chefe da Nomas.

Já Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, diz que o banco central americano deve adotar uma postura cautelosa em sua próxima reunião, que ocorrerá na semana que vem, diante das incertezas sobre evolução de inflação e mercado de trabalho.

"A divulgação de novos dados será importante para ajustar o cenário de possíveis cortes de juros", diz Sung.

Após a divulgação da inflação de fevereiro, os índices americanos terminaram o dia em forte alta. O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq subiram 1,12%, 1,54% e 0,61%, respectivamente.


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