SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Federal Reserve, banco central americano, anunciou nesta quarta-feira (20) que decidiu manter os juros básicos dos Estados Unidos na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, estendendo por ainda mais tempo a pausa nas taxas iniciada em setembro de 2023.

O banco também sinalizou que a maioria das autoridades projeta que as taxas de juros americanas devem terminar o ano entre 4,5% e 4,75%, o que equivaleria a três cortes de 0,25 ponto percentual, indicando que há confiança numa redução dos custos de empréstimo em breve.

A decisão veio em linha com o esperado pelo mercado: segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, analistas viam 99% de chance de uma pausa nos juros americanos na reunião do Fomc (comitê de política monetária dos EUA) desta quarta.

Agora, investidores buscam sinalizações na entrevista a jornalistas do presidente do Fed, Jerome Powell, sobre as próximas decisões sobre juros da autoridade monetária americana.

A maior dúvida é sobre quando o Fed deve começar a reduzir os juros. No fim do ano passado, parte do mercado começou a apostar numa redução das taxas já na reunião deste mês e em pelo menos seis cortes ao longo do ano, mas dados recentes de inflação e emprego reduziram o otimismo dos investidores.

Agora, o consenso é que o afrouxamento monetário deve ter início apenas no segundo semestre, e o mercado espera apenas quatro cortes de 0,25 ponto percentual nos juros americanos neste ano.

A decisão desta quarta ocorre após dados recentes mostrarem aceleração da inflação e resiliência da economia no país.

O CPI (índice de preços ao consumidor americano) de fevereiro acelerou a 3,2%, ficando levemente acima das projeções. Apesar da variação discreta, a avaliação é de que a alta de preços permanece resiliente e distante da meta de 2% do Fed.

Os dados sobre emprego também não ajudam. O último payroll, principal relatório de emprego dos Estados Unidos, mostrou que a criação de postos de trabalho acelerou em fevereiro, e havia 1,45 vaga aberta para cada pessoa desempregada no país em janeiro.

Com isso, a avaliação do mercado é que o Fed ainda pode esperar antes de começar a reduzir juros, já que a alta de preços continua resistente e o aperto monetário não parece ter causado desaceleração econômica.

Em seu último discurso público, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o progresso contínuo da inflação não está garantido e que as autoridades precisam de mais confiança antes de reduzir os juros. O dirigente disse, no entanto, que o banco espera iniciar o afrouxamento monetário ainda neste ano.

O Fed iniciou em março de 2022 seu ciclo de aperto monetário, elevando as taxas de juros dos EUA de um patamar próximo de zero para a atual faixa entre 5,25% e 5,50%, o maior nível em 22 anos.


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