SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - BC tira plural do comunicado da Selic, Arábia Saudita planeja US$ 40 bi para IA e o que importa no mercado.
SEM PLURAL
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve o ritmo de corte de juros das últimas reuniões e rebaixou a Selic em 0,5 ponto, para 10,75% ao ano. Tudo isso já era esperado.
A novidade, porém, veio nas duas últimas palavras desse trecho do comunicado:
"Em função da elevação da incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, os membros do comitê, unanimemente, optaram por comunicar que anteveem, em se confirmando o cenário esperado, redução de mesma magnitude na próxima reunião".
? Nos comunicados anteriores, o BC usava "próximas reuniões", no plural.
O que muda? O Copom se compromete com mais um ajuste de 0,5 ponto em maio, e fica livre para decidir se mantém o ritmo ou diminui para 0,25 ponto no encontro de junho.
Nos EUA, o Fed (Federal Reserve, BC americano) também não surpreendeu e manteve as taxas inalteradas no intervalo entre 5,25% e 5,50% ao ano. O mercado estava de olho para as previsões dos diretores sobre os cortes de juros neste ano.
O cálculo da maioria com três reduções de 0,25 pontos cada aliviou os investidores, que temiam projeção de apenas dois cortes.
Em reação, as bolsas globais subiram, e o dólar perdeu força.
O que muda com a Selic a 10,75% ao ano:
? Nos investimentos, os ativos prefixados e atrelados à inflação ficam mais vantajosos, enquanto os pós-fixados perdem rentabilidade.
? No ranking de juros reais, nada. O Brasil segue na 2ª colocação global, atrás do México.
O QUERIDINHO DO MERCADO
Na Faria Lima e no Leblon, redutos financeiros de São Paulo e Rio, não há comparação: Roberto Campos Neto é mais confiável do que o presidente Lula (PT).
É o que aponta pesquisa realizada pela plataforma de investimentos Genial e pela empresa de inteligência de dados Quaest. O levantamento ouviu 101 fundos com sedes em São Paulo e Rio de Janeiro.
Em números:
81% dos gestores, economistas, traders e analistas do mercado responderam "confiar muito" no presidente do BC.
1% tem a mesma opinião sobre Lula.
96% dos entrevistados acham o presidente da República "pouco ou nada" confiável.
2% pensam o mesmo sobre Campos Neto.
O que mais a pesquisa perguntou:
? Opinião sobre o governo Lula:
64% têm visão negativa, um aumento de 12 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, de novembro.
30% qualificam como "regular" e 6% têm visão positiva.
? O que acha do Fernando Haddad (ministro da Fazenda):
64% avaliam seu trabalho como positivo, enquanto 12% veem como negativo.
? Chance de cumprir a meta de déficit zero:
99% não creem que isso vá acontecer
? O que fizeram depois das declarações de Lula sobre Petrobras e Vale:
57% alteraram a carteira de investimentos, enquanto o restante manteve o mesmo portfólio.
PIX VIROU ZAP
Do total de transferências via Pix feitas no ano passado, mais de 35,3 milhões foram de R$ 0,01. Foi um aumento de 43% ante 2022, conforme o BC.
O que explica: as razões variam. Pode ser uma transferência de teste antes de ser feita uma de outro valor maior, por exemplo.
Mas há casos em que as pessoas usam o Pix de R$ 0,01 para se comunicar, como é possível encontrar em publicações nas redes sociais.
Os exemplos mais relatados são de transferências feitas após o término de um relacionamento, principalmente naquele em que uma pessoa decide bloquear praticamente todas as formas de comunicação com a outra ?menos o Pix, que permite mandar uma mensagem junto com o envio do dinheiro.
Tem como evitar? A reportagem chegou a procurar o BC no ano passado questionando a possibilidade de bloquear um contato no Pix. A autarquia disse que não previa adicionar essa funcionalidade ao sistema.
Uma possibilidade de evitar que uma pessoa faça a transferência é excluir todas as chaves de Pix ?CPF/CNPJ, email, telefone? e deixar apenas a chave aleatória.
NOVO GIGANTE DA IA?
A disputada briga entre investidores de risco por startups de IA (inteligência artificial) deve ganhar em breve um novo competidor de peso.
O governo da Arábia Saudita planeja criar um fundo de US$ 40 bilhões para investir no setor, de acordo com o New York Times.
Ele seria tocado em parceria com a Andreessen Horowitz, fundo do Vale do Silício que tem uma série de empresas de ia no portfólio.
Chuva de dólares: enquanto o investimento em startups mundo afora ainda não retomou o patamar da pré-pandemia, o mesmo não acontece para as empresas de IA. Elas são a aposta da vez dos gestores, e nunca foram tão valorizadas como agora.
Por que a Arábia Saudita quer investir em IA? O país tem usado o fundo soberano de mais de US$ 900 bilhões para tentar diversificar sua economia, hoje ainda muito dependente das receitas do petróleo.
Esse também é o argumento utilizado pelo país para despejar bilhões nos clubes de futebol locais, que trazem astros do calibre de Cristiano Ronaldo, Neymar e Benzema.
Sim, mas? Os críticos afirmam que a estratégia vai além disso, sendo sobretudo uma tentativa de limpeza mundial da imagem do país.
A Arábia Saudita é lembrada por casos de agressões a direitos humanos e execuções, como a do jornalista Jamal Khashoggi, em 2018. A CIA acusa o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, de ter ordenado o assassinato. Ele nega.
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