SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Casas Bahia registrou prejuízo líquido de R$ 1 bilhão no quarto trimestre de 2023, segundo resultados financeiros divulgados nesta segunda-feira (25). O montante é seis vezes superior ao resultado negativo de R$ 163 milhões para o mesmo período em 2022.

A receita líquida da empresa no período foi de R$ 7,4 bilhões, uma queda de 11,8% em relação ao quatro trimestre do ano anterior.

Já no acumulado para o ano passado, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões. A receita líquida no ano foi de R$ 28,8 bilhões, 4% menor que a de 2022, quando a empresa teve prejuízo líquido de R$ 324 milhões.

Na apresentação dos resultados, a empresa afirma que reduziu o número de funcionários em 8.600 entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023. Houve também redução de 42% no número de cargos de alta liderança.

A Casas Bahia ainda afirmou que fechou 55 lojas no período, sendo 17 no quatro trimestre do ano passado. Já os estoques foram reduzidos em R$ 1,2 bilhão.

Na divisão por canais, a empresa registrou quedas de 12,4% nas receitas brutas de lojas físicas, e 20,8% nas das virtuais.

Fundada em 1952 em São Caetano do Sul, no ABC paulista, pelo imigrante polonês Samuel Klein, a empresa decidiu no ano passado voltar às suas origens na tentativa de superar a crise financeira que atravessa.

"Nós estávamos gastando muito para sermos generalistas, tentando atrair clientes de outras categorias, como uísque, sendo que o nosso cliente de móveis e eletro já é muito fiel", disse à Folha de S.Paulo em setembro Renato Franklin, presidente do grupo Casas Bahia.

A Casas Bahia decidiu voltar a comprar e vender apenas móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Várias outras itens que estavam presentes no site da companhia --como artigos para festa, decoração, perfumaria e cosméticos, pet shop, alimentos e bebidas-- deixaram de ser comprados e vendidos pela empresa. Eles continuam no site, mas apenas com a venda de terceiros, os "sellers".

O grupo Casas Bahia é formado também pela rede Ponto, pelo site Extra.com, pela fabricante de móveis Bartira, pelo banco digital Banqi e pela empresa de logística Asaplog.

"A evolução das iniciativas do plano de transformação em 2023, ocorreu dentro do cronograma e, após reestruturações necessárias durante o exercício, esperamos colher benefícios de maneira gradual ao longo de 2024, o que nos deixará em posição fortalecida para crescermos de maneira estrutural a partir de 2025", afirmou a empresa na apresentação dos resultados.


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