A 13ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE) - Um Rio Chamado Brasil começou hoje (2) na Fundição Progresso, situada junto aos Arcos da Lapa, região central do Rio de Janeiro, com a perspectiva de reabertura democrática e de reconstrução da educação, da cultura e do meio ambiente no país.

A bienal tem a estimativa de receber, até domingo (5), mais de 10 mil estudantes de todo o país. O evento terá mostras científica, artística e de jogos digitais.

Na abertura, com o tema Reconstruir o Brasil pelas mãos dos estudantes e do povo!, a presidente da UNE, Bruna Belaz, lembrou que o movimento estudantil se mobilizou muito nos últimos anos com um processo de resistência, tanto no debate da democracia quanto no da educação.

“Nós nos mobilizamos com muita força em defesa da democracia. Nossa perspectiva agora é nos mobilizar para avanços. Não queremos mais nos mobilizar para resistir. Queremos nos mobilizar para alavancar novamente os direitos dos estudantes de ter acesso à universidade e à educação de qualidade”, disse Bruna.

A ex-reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e futura secretária de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Denise Pires de Carvalho, destacou que a permanência estudantil nos bancos das instituições de ensino é fundamental.

“Para isso, temos que aumentar o valor das bolsas de permanência, das diferentes bolsas da pós-graduação, da graduação. Esse estudo já foi feito e será anunciado em breve. São dez anos sem reajuste”, afirmou Denise.

Ela destacou que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição foi essencial não apenas para o pagamento do Bolsa Família mas também para que o governo possa reajustar as bolsas e aumentar o acesso ao ensino superior. “Com a PEC da Transição, a gente espera recompor o orçamento das instituições de ensino”.

O presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos, Vinicius Soares, também ressaltou a necessidade de aumento dos recursos para reajuste das bolsas e para a pesquisa no Brasil. “Foi devido à nossa potência que conseguimos resistir aos quatro anos do governo Bolsonaro, mas agora teremos uma missão muito grande, que é reconstruir o Brasil. A reconstrução nacional só vai sair quando colocarmos a educação e a ciência como fundamentais.”

Durante o dia, a programação será na Fundição Progresso. À noite, a partir das 18h30, haverá shows artísticos em um palco montado nos próprios Arcos. Toda a programação é gratuita e aberta ao público. 

Estão programados debates com as ministras Luciana Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovação; Ana Moser, do Esporte; Marina Silva, do Meio Ambiente; Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas; Margareth Menezes, da Cultura; e Anielle Franco, da Igualdade Racial.

A programação completa pode ser acessada aqui.

Cultura, arte e ciência

A Bienal da UNE é um festival de cultura, arte, ciência e tecnologia que mapeia, conecta e apresenta o que de mais interessante tem sido produzido dentro e fora das universidades brasileiras. É considerado o maior encontro estudantil da América Latina.

O evento é realizado em conjunto com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), a Associação Nacional de Pós-Graduandos e a Organização Continental Latino-Americana e Caribenha dos Estudantes.

A primeira Bienal da UNE foi realizada em 1999, em Salvador.

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- Bienal da UNE é aberta no Rio com pauta de reconstrução da educação

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