SANTOS, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Há 15 dias, o Santos venceu o São Paulo por 1 a 0 na Vila Belmiro e o técnico Lisca regeu a principal torcida organizada para receber aplausos e ouvir gritos com seu nome. Pouco tempo depois, porém, o cenário é bem diferente.
O Santos empatou por 0 a 0 com o Cuiabá, na Arena Pantanal, e perdeu por 2 a 1 para o Goiás, na Vila, caindo para a décima colocação no Campeonato Brasileiro. Agora, o time alvinegro praiano se prepara para enfrentar o Ceará neste sábado (10), no Castelão, em Fortaleza (CE), pela 26ª rodada do Brasileiro.
Lisca foi chamado de "burro" e ouviu vaias ao final dos jogos contra o Cuiabá e o Goiás. A pressão, no entanto, é maior de fora para dentro. O técnico tem o respaldo do presidente Andres Rueda e é querido pelo elenco. A avaliação interna sobre o trabalho no dia a dia do CT Rei Pelé é positiva.
Os dirigentes e principais jogadores entendem que as semanas livres têm sido proveitosas. Para a torcida, esse tempo maior de preparação deveria fazer o Santos jogar melhor.
A reportagem apurou que os capitães do Santos têm conversado sobre a responsabilidade pelos maus resultados. Eles entendem que Lisca faz bom trabalho e a maior parcela de campo é dos jogadores. O goleiro João Paulo colocou a cara à tapa depois da derrota para o Goiás.
"Sabíamos que seria um jogo difícil, cometemos erros, mas assumo a responsabilidade, assumo a culpa. Pode colocar a derrota na minha conta. Infelizmente, não conseguimos o resultado positivo, tivemos bola na trave, assumo a responsabilidade e tiro a do professor Lisca porque ele armou o time, nós treinamos durante a semana, mas infelizmente não conseguimos fazer. Tomamos o gol, agora é trabalhar durante a semana e buscar a vitória fora de casa", disse ao goleiro, que falhou no segundo gol de Pedro Raul, ao SporTV.
Lisca acredita que o histórico recente do Santos pesa contra ele. O time alvinegro tem lidado com lutas contra o rebaixamento e eliminações precoces. O técnico vê o time em evolução e promete reverter o atual momento.
"Essa insatisfação não vem de hoje, vem de dois ou três anos. Todo o histórico de disputar contra a zona de rebaixamento e de não estar brigando na zona de cima acaba reverberando no treinador, que é o representante principal. A responsabilidade é de todos nós. Faz parte quando um clube grande vem de algumas temporadas não condizentes com o que a torcida quer. Sei que a pressão é grande e, se os resultados não vierem, as coisas acontecem", justificou Lisca, que acrescentou
"Não tenho frustração nenhuma, me sinto motivado para mostrar o trabalho e transformar as críticas em aplausos. Números são bons. Vou dar só um exemplo: Santos tinha 29% de aproveitamento fora de casa e hoje tem 43%, mas imprensa não fala. Tudo é evolução. O número de chutes, defesas, gols sofridos, situações criadas... Tudo melhorou muito, mas não vou ficar colocando dados para imprensa e torcida. Nos baseamos nisso no controle interno. É movimento natural de torcida de time grande que está machucada por ter jogado mais na parte de baixo do que da parte de cima da tabela nos últimos anos. Muitas vezes o grande público não vê esse lado.
Com média de uma demissão a cada quatro meses na sua gestão, o presidente Andres Rueda fala sempre que pode sobre a intenção de dar tempo a Lisca no Santos.
Após demitir o executivo de futebol Newton Drummond, Rueda assumiu o comando do departamento e toma todas as decisões sobre compras, vendas e renovações. Ele tem seu escritório no CT Rei Pelé e fala com Lisca diariamente.
"Qualquer gestão contrata um treinador por um mandato todo. Ninguém contrata para dois, três ou cinco meses. Minha gestão já trocou dois ou três [técnicos], mas te respondo tranquilamente que não foi por pressão de torcida ou pressão dos sócios, foi porque existem no futebol algumas coisas que fogem da razão", afirmou Rueda.
Com semanas livres para trabalhar desde que assumiu o Santos em julho, Lisca tem sete jogos à frente do time praiano, com duas vitórias, três empates e duas derrotas: um aproveitamento de apenas 43% dos pontos.
ESCALAÇÕES
Lisca relacionou 24 jogadores para a partida deste sábado. O Santos chegou na madrugada desta sexta-feira (9) e treinará no CT do Fortaleza, na última atividade antes do duelo. Os meio-campistas Rodrigo Fernández e Carlos Sánchez, com lesões na coxa, e o atacante Ângelo, convocado para a seleção brasileira sub-20, são os desfalques.
Em relação aos relacionados da derrota para o Goiás, o volante Vinicius Balieiro é a novidade. Por precaução, o terceiro goleiro Diógenes viajou. O goleiro Paulo Mazoti, o zagueiro Alex, o lateral-direito Auro, o meia Ed Carlos e o atacante Tailson ficaram fora por opção técnica.
A provável escalação contra o Ceará é: João Paulo, Madson, Maicon, Eduardo Bauermann e Felipe Jonatan; Camacho, Vinicius Zanocelo e Gabriel Carabajal; Lucas Braga, Soteldo e Marcos Leonardo.
O Ceará, por sua vez, entra na partida com o objetivo de quebrar um jejum de sete rodadas sem vencer. Para isso, o técnico Lucho González terá que superar o desafio de montar um time sem Vina e Jô, que cumprem suspensão, além de Lindoso, Cléber, Rigonato e Kelvyn, que seguem no departamento médico do clube.
Uma possível escalação inicial do Ceará tem: João Ricardo; Nino Paraíba, Messias, Gabriel Lacerda e Bruno Pacheco; Richard Coelho e Richardson; Lima, Zé Roberto, Mendoza e Vásquez.
Estádio: Arena Castelão, em Fortaleza (CE)
Horário: Às 16h30 (de Brasília) deste sábado (10)
Árbitro: Braulio da Silva Machado (Fifa/SC)
VAR: Rafael Traci (SC)
Transmissão: Premiere
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