SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A venda da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Bahia para o City Football Group provocará uma mudança radical no elenco do clube que luta para retornar à primeira divisão do Campeonato Brasileiro.

Independente da conquista do acesso, a equipe nordestina irá receber a partir de janeiro (data prevista para o início da parceria) vários jogadores que interessam estrategicamente ao seu novo gestor.

Isso inclui atletas contratados exclusivamente para o Bahia (jovens promessas com potencial de revenda e nomes capazes de dar experiência ao grupo), mas também aqueles que já estão vinculados ao conglomerado e que serão apenas reposicionados.

Antes mesmo de concretizar a compra do time tricolor, o fundo dono do Manchester City e de outros dez clubes espalhados pelos quatro continentes já tem sob contrato nada menos que 22 jogadores brasileiros.

Com exceção do goleiro Ederson, titular do time matriz do grupo, um dos melhores do mundo na posição e nome certo na convocação da seleção para a Copa do Mundo-2022, todos eles são nomes viáveis para o Bahia a partir da próxima temporada.

A relação conta com algumas promessas bem importantes do cenário nacional, como o meia-atacante Talles Magno (ex-Vasco), o lateral direito Yan Couto (ex-Coritiba) e o meia Diego Rosa (ex-Grêmio), que fizeram parte do elenco do Brasil vencedor do Mundial sub-17 de 2019.

Outros brasileiros conhecidos que estão sob guarda-chuva do Grupo City atualmente são o zagueiro Thiago Martins (ex-Palmeiras), o meia Metinho (ex-Fluminense), e os meias-atacantes Savinho (Atlético-MG) e Élber, que inclusive já jogou no Bahia.

O provável técnico da equipe em 2023 também deve ser alguém já conhecido do fundo árabe. O ex-zagueiro Antônio Carlos Zago, atualmente no comando do Bolívar, equipe boliviana que possui uma parceria com o conglomerado, é o favorito para ficar com a vaga que hoje é de Enderson Moreira.

O projeto de formação da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Bahia, tal qual sua incorporação ao Grupo City, será apresentado nesta sexta-feira (23) ao Conselho Deliberativo do Clube, que, assim como o Conselho Fiscal, dará seu parecer sobre o negócio.

A partir daí, caberá à assembleia dos sócios decidir sobre a venda do departamento de futebol ao fundo árabe. A eleição ainda não foi marcada, mas é vista como uma mera formalidade, já que o projeto possui uma resistência bem pequena entre os torcedores.

O City irá adquirir 90% da SAF por R$ 650 milhões. O plano original é que esse aporte financeiro seja repassado ao clube até o fim de 2024. No entanto, é possível que aconteça um reposicionamento de prazos devido aos atrasos no começo da parceria, que era para ter saído do papel já no meio deste ano.

Já está definido que, ao contrário do que aconteceu com outros times do conglomerado, como o Montevideo City (Uruguai) e o Melbourne City (Austrália), o Bahia não precisará mudar de nome e nem sofrerá drásticas mudanças na identidade visual.

Ou seja, não existe nenhuma possibilidade de ele ser rebatizado como Salvador City (uma piada recorrente nas redes sociais) e de abdicar das cores vermelha e branca. O uniforme azul celeste, característico da empresa, pode até ser adotado em algumas partidas, mas sempre como opção às camisas já tradicionais, que continuarão sendo utilizadas.

O City Football Group existe desde 2013, mas seu embrião nasceu em 2008, quando o xeque Mansour bin Zayed Al Nahyan, integrante da família real de Abu Dhabi, comprou o Manchester City. Desde a aquisição, a equipe inglesa, que estava longe de ser uma das maiores potências do seu país, já faturou seis títulos da Premier League e chegou uma vez à decisão da Liga dos Campeões da Europa.

Contando todos os times da empresa, já são 47 taças levantadas em oito países diferentes. Só Lommel (Bélgica), Sichuan Jiuniu (China) e o recém-comprado Palermo (Itália) não foram campeões de nada desde que entraram para a "família".

O conglomerado iniciou os estudos para a entrada no futebol brasileiro no começo de 2020, quando teve uma reunião com dirigentes do Londrina. No ano seguinte, a administração do fundo conversou com o Atlético-MG. Mas o escolhido para o negócio ser concretizado acabou mesmo sendo o Bahia.

Com mais oito jogos para o encerramento da temporada, o time de Salvador ocupa a terceira colocação da Série B. Os comandados de Enderson têm 51 pontos, seis a mais que o Londrina, quinto, primeira equipe fora da zona de acesso. O adversário deste sábado (24) é o Operário (PR), em casa.

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BRASILEIROS SOB CONTRATO COM O GRUPO CITY

Ederson (G, 29 anos): Manchester City-ING

Yan Couto (LD, 20 anos): Manchester City-ING, emprestado ao Girona-ESP

Eduardo (Z, 29 anos): Yokohama Marinos-JAP

Thiago Martins (Z, 27 anos): New York City-EUA

Caio Roque (LE, 20 anos): Lommel-BEL

Vinícius Souza (V, 23 anos): Lommel-BEL, emprestado ao Espanyol-ESP

Diego Rosa (M, 19 anos): Manchester City-ING, emprestado ao Vizela-POR

Metinho (M, 19 anos): Troyes-FRA, emprestado ao Lommel-BEL

Élber (MA, 30 anos): Yokohama Marinos-JAP

Gabriel Pereira (MA, 21 anos): New York City-EUA

Kayky (MA, 19 anos): Manchester City-ING, emprestado ao Paços Ferreira-POR

Marcos Júnior (MA, 29 anos): Yokohama Marinos-JAP

Raphael Rodrigues (MA, 19 anos): Melbourne City-AUS

Savinho (MA, 18 anos): Troyes-FRA, emprestado ao PSV Eindhoven-HOL

Talles Magno (MA, 20 anos): New York City-EUA

Thiago Andrade (MA, 21 anos): New York City-EUA

Yan (MA, 24 anos): Yokohama Marinos-JAP

Anderson Lopes (A, 29 anos): Yokohama Marinos-JAP

Arthur Sales (A, 20 anos): Lommel-BEL, emprestado ao Paços Ferreira-POR

Cauê (A, 19 anos): Lommel-BEL

Héber (A, 31 anos): New York City-EUA

Léo Ceará (A, 27 anos): Yokohama Marinos-JAP


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