A semana pode ser de fechamento da temporada brasileira de futebol, ao menos no que se refere à definição dos campeões. As Séries C e D já terminaram; a B já tem o Cruzeiro como dono da taça; a Copa Sul-Americana já foi para Equador; nos restam, então, a Série A do Brasileirão e a Copa Libertadores. E no sábado (29), as duas competições já podem estar definidas.
Na verdade, a Libertadores terá sua final no sábado (29), entre Flamengo e Athletico-PR. E por isso começo falando dela. Porque vai reunir duas equipes que têm se destacado no futebol brasileiro, uma pelos títulos conquistados nos últimos anos, e outra pela evolução constante, com títulos nacionais e internacionais recentes no currículo. Evidente que o Flamengo desponta como favorito, mas não se pode descartar a força de uma equipe que está no alto da tabela do Brasileirão e que tem o experiente Felipão como treinador.
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A campanha atual, inclusive, é bem superior à do Palmeiras de 2021, que teve oito vitórias, marcou 27 gols e sofreu nove. E mais: este ano o Flamengo atropelou no mata-mata a partir das oitavas de final, com seis vitórias em seis jogos, incluindo um 7 a 1 sobre o Tolima (COL). Nem o time de Jorge Jesus, campeão de 2019, conseguiu esta façanha.
São motivos extras para essa equipe que faz história. Só falta combinar com o Athletico-PR, que em sua oitava participação espera ter melhor resultado do que em 2005, quando perdeu na final para o São Paulo.
Quatro rodadas de antecedência
Na Série A do Brasileirão a história é um pouco diferente, porque o Palmeiras tem ampla vantagem contra os rivais e não terá um jogo decisivo contra um rival direto, a menos que haja uma catástrofe e o Verdão chegue na última rodada contra o Internacional, atual vice-líder, precisando de algum resultado.
No momento a vantagem é de dez pontos e hoje (25) o Palmeiras enfrenta o Athletico-PR, que por estar na final da Libertadores irá a campo com um time reserva. Em tese facilita. Mas, de qualquer forma, o título não sairá nesse jogo, porque o time paulista vai depender de empates do Corinthians e do Internacional, nos jogos desta quarta-feira (26).
Como estamos aqui para falar de recordes, vamos a eles. Se o Palmeiras confirmar o título na 34ª rodada, ou seja, com quatro rodadas de antecedência, se iguala a Flamengo (2019), Cruzeiro (2013) e São Paulo (2007). E a campanha pode ter outras marcas expressivas, em especial fora de casa. O Verdão pode ser o primeiro campeão dos pontos corridos invicto como visitante. Já são 16 jogos, um recorde no atual formato do campeonato – somando outros dois jogos de 2021, vamos a 18 jogos de invencibilidade, a maior série desde 2003. O time soma 34 pontos, vai disputar mais nove (contra Athletico, Cuiabá e Internacional) e pode chegar a 43, superando o Fluminense de 2012, que marcou 39. Com nove vitórias como visitante, o time também superaria o mesmo Fluminense e o Flamengo de 2019, que tiveram 11 desde 2006.
Os 90 pontos somados pelo Flamengo em 2019, e as 28 vitórias, não serão alcançados – o Palmeiras chega no máximo a 86 pontos e 25 vitórias. No momento o time paulista soma 56 gols e precisaria fazer 30 para igualar o Rubro-Negro. A defesa do São Paulo de 2007, que sofreu apenas 19 gols, não será superada, já que o Palmeiras sofreu 21 gols até o momento. Isso deixa o time paulista com 35 gols de saldo, bem inferior aos 49 do campeão de 2019.
Invicto a 18 jogos, o Palmeiras pode chegar a 23, e não supera o Flamengo, que completou 24. Com 32 pontos no returno, pode chegar a 47 e igualar o turno do Corinthians de 2017, mas ficará abaixo do returno do Flamengo de 2019, com 48.
Mas há recordes a serem batidos, como o de menor número de derrotas. No momento, com apenas duas, tem boas chances de superar São Paulo (2006), ele mesmo em 2018 e o Flamengo (2019), que perderam quatro vezes no campeonato. E pode repetir o que já fez nos títulos de 2016 e 2018, quando foi campeão com o melhor ataque e a melhor defesa, algo que São Paulo (2006) e Corinthians (2015) também conseguiram.
* Sergio du Bocage é apresentador do programa No Mundo da Bola, da TV Brasil
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