SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Uma invasão no campo após o jogo entre Arema e Persebaya, neste sábado (1º), no Estádio Kanjuruhan, em Malang, na Indonésia, terminou com mais de 100 mortos e 180 pessoas hospitalizadas. Quatro brasileiros participaram da partida e relataram que viveram momentos de terror após o apito final.

Do lado do Arema, o goleiro Maringá foi o titular da equipe na derrota por 3 a 2 em casa. Léo Lelis, Silvio Junior e Higor Vidal também começaram a partida, mas na equipe visitante -os dois primeiros marcaram, inclusive.

Em entrevista ao "Esporte Espetacular", da TV Globo, Maringá contou que ficou cinco horas preso no vestiário da equipe, onde, segundo ele, várias pessoas morreram. O goleiro contou que torcedores que estavam muito mal eram levados ao local.

"A gente ficou mais de cinco horas preso no vestiário. Nessas cinco ou seis horas, mais ou menos, foi um desespero. A gente não sabia de nada do que se passava lá fora, só escutava gritos e barulho de bomba, gás", declarou..

"O pior é que muita gente que, eu acho, inalou aquele gás de pimenta e estava nas últimas, o pessoal levou para o nosso vestiário. E pessoas faleceram na nossa frente. Aí, eu entrei em desespero. Porque eu vi aquela cena. Eu só pensava: 'Meu Deus! Vou perder minha vida em um jogo de futebol!", completou.

PIOR QUE GUERRA

Silvio Junior comparou a situação a algumas cenas que viu no Azerbaijão, quando jogou no país, durante uma guerra contra a Armênia. De acordo com o atleta, o que ele viu no sábado foi bem pior.

"Nós ficamos ali umas duas horas esperando e vendo aquela cena. Era surreal. Eu passei pelo Azerbaijão, na época da guerra com a Armênia, e eu não vi as coisas que eu vi ali", disse o jogador, também em entrevista à TV Globo.

CONSEQUÊNCIAS

Os demais jogos da Liga 1 -primeira divisão do Campeonato Indonésio- programados para a semana foram adiados, e a Federação Indonésia anunciou que o Arema FC perdeu o mando dos jogos pelo restante da temporada.