SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Muitos torcedores ficaram com uma impressão de déjà-vu quando o Grupo G da Copa do Mundo no Qatar foi sorteado. Assim como em 2018, Brasil, Suíça e Sérvia caíram na mesma chave. A única mudança foi a presença de Camarões no lugar da Costa Rica.
À primeira vista, a formação do grupo poderia representar bons presságios para brasileiros e suíços, afinal foram eles quem avançaram às oitavas de final na Rússia. No entanto, para os sérvios, esta será a chance perfeita de provar a evolução da equipe e buscar uma revanche.
"No começo, eu fiquei um pouco desapontado [com o sorteio], porque teria sido bom jogar contra times diferentes, mas pensando nisso novamente, me pergunto se realmente seria uma coisa boa. Tentaremos alcançar resultados melhores do que os obtidos na Rússia", disse o meia Milinkovic-Savic, 27, espanhol naturalizado sérvio, que joga pela Lazio (ITA).
Os resultados do país desde a queda no último Mundial sugerem que o time vai dar mais trabalho para os rivais e tem boas chances de avançar ao mata-mata desta vez.
Ainda que tenha ficado fora da Euro de 2020, a Sérvia terminou invicta em seu grupo nas Eliminatórias e foi responsável por obrigar Portugal a jogar os play offs antes de confirmar sua vaga na Copa.
Em Belgrado, houve um empate entre as duas seleções por 2 a 2, em um resultado que os donos da casa foram buscar depois que os portugueses abriram dois gols de vantagem.
Depois, em Lisboa, já na última rodada, os sérvios venceram por 2 a 1, com um gol de Mitrovic já aos 45 do segundo tempo, levando à ira Cristiano Ronaldo e os companheiros do luso.
Após a partida, o craque do Manchester United (ING) chegou a sentar no gramado, desolado. Depois, foi a direção a um dos jogadores da Sérvia e questionou a festa dele. "Você não estaria rindo agora se o gol que marquei lá não tivesse sido anulado. Vá com calma", disse o português ao rival segundo contou o técnico Fernando Santos à TVI, de Portugal.
No primeiro confronto entre os países, Ronaldo achou que havia marcado para fazer 3 a 2, mas o zagueiro Stefan Mitrovic deu um carrinho em cima da linha -ao menos foi isso que a arbitragem viu. Na verdade, a bola realmente cruzou a marca, no entanto, como não havia VAR, o gol não foi validado.
Se o camisa 7 português acabou passando em branco nos dois confrontos, quem se destacou foi Mitrovic, atleta do Fulham (ING). Além do gol da vitória na última rodada, foi ele quem iniciou a reação dos sérvios no primeiro confronto.
Ao lado de Dusan Vlahovic, o atacante sérvio forma uma das duplas que devem dar mais trabalho para os zagueiros.
Vlahovic, aliás, foi protagonista de uma das maiores transferências da última janela, quando a Juventus resolveu desembolsar 75 milhões de euros (cerca de R$ 453 milhões na ocasião) para tirá-lo da Fiorentina. Clubes ingleses e o rival Milan também estavam interessados no artilhiero, frequentemente comparado ao sueco Ibrahimovic.
Como dois pilotos de F1 lutando pelo primeiro lugar, Vlahovic e Mitrovic vão querer se superar em termos de gols no Mundial, o que potencializa o estilo do técnico Dragan Stojkovic. "Sou um treinador que gosta que a equipa jogue um futebol atrativo e inventivo", disse ele.
Além da dupla ofensiva, nomes como Kostic, Tadic e Milinkovic-Savic também dão sustentação ao elenco sérvio.
"Precisamos jogar um jogo de cada vez e tentar juntar uma série de vitórias. Mas nosso principal objetivo será avançar do grupo", disse Milinkovic-Savic.
Como parte da antiga Iugoslávia, a Sérvia já terminou em quarto lugar duas vezes na história das Copas do Mundo, em 1930 e 1962. Desde sua independência em 1991, no entanto, os sérvios nunca passaram da fase de grupos do torneio.
"Temos que ter expectativas realistas e não nos deixar levar, como nas Eliminatórias", acrescentou o meia.
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