SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O segundo dia de Copa do Mundo no Qatar foi de estreia para a arbitragem brasileira na competição. Na manhã desta segunda-feira (21), Raphael Claus apitou a goleada da Inglaterra diante do Irã por 6 a 2. Mais tarde um pouco foi a vez de Wilton Pereira Sampaio atuar na vitória de 2 a 0 da Holanda sobre Senegal. Enquanto o primeiro árbitro teve uma atuação com mais lances a serem discutidos, o segundo terminou o jogo com um saldo mais discreto.

Em contato com a reportagem, os ex-árbitros Carlos Eugênio Simon e Alfredo Loebeling analisaram a estreia dos brasileiros. No caso de Claus, a quantidade de acréscimos dada ao final de cada tempo e dois lances de penalidades geraram discussão. Ao todo foram 24 minutos complementares -14 no primeiro e 10 no segundo. Além disso, a Inglaterra reclamou de um pênalti em Maguirre não assinalado no início da segunda etapa. Por outro lado, ele marcou um a favor do Irã nos minutos finais do jogo- que gerou debate entre comentaristas e torcedores.

Para Simon, os ingleses estão corretos de reclamarem do lance. O ex-árbitro viu a penalidade nas duas situações e considerou exagerada a quantidade de minutos acrescidos.

"Jogo de estreia nunca e fácil. O árbitro fica tenso, um pouco ansioso. Apesar do joga da Inglaterra ter sido uma goleada não pode ser considerado fácil. No segundo tempo, o Maguirre foi agarrado, o Claus não viu e o VAR também não o acionou. Aos 55, ele marcou um pênalti que o VAR chamou e foi correto. Para mim, os dois lances teriam de ser marcados. Já sobre os acréscimos, achei demais os 14 minutos apesar da lesão do goleiro do Irã, que gastou oito. Os 10 no segundo tempo também foram exagerados", opinou.

Na visão de Loebeling, os dois árbitros tiveram boas estreias. Diferentemente de Simon, ele não viu a quantidade de acréscimos como um problema.

"Foram grandes arbitragens. Acho uma covardia alguns comentaristas de televisão dizerem que determinado jogo foi fácil de apitar como se tivessem know how para isso. O lance do Claus, a penalidade é clara [a marcada a favor do Irã]. Vi comentaristas de arbitragem dizendo que o puxão não seria suficiente. Queria saber onde está escrito isso no papel. Talvez a Fifa não goste de tantos acréscimos em função de custo de satélite para todo mundo. Não sei como ela vê isso. Talvez ele seja advertido por acréscimos exagerados, mas eu não acho que foram. Pelo o que aconteceu com o goleiro e as alterações e paralisações, eu achei normal", disse.

No caso de Wilton o jogo não caminhou para lances em que gerasse debates entre comentaristas e nas redes sociais. Simon considerou a atuação boa e discreta, mas com um certo exagero nas falas do árbitro com os atletas.

"O Wilton tinha, teoricamente, um jogo mais complicado, mas foi bem. Ele passou despercebido. Só acho que exagerou um pouco nas advertências verbais nos lances de agarra agarra dentro da área. O VAR está atento a isso, não precisa ficar parando o lance para falar toda hora. Ele teve uma atuação mais discreta como tem que ser", completou Simon.


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