DOHA, QATAR (FOLHAPRESS) - Olivier Giroud, 36, terminou a Copa do Mundo de 2018 com uma estatística rara para um atacante da seleção que foi campeã. O francês não marcou nenhum gol e sequer teve uma finalização certa, atuando nos setes jogos, sendo seis como titular.

Mesmo assim é considerado pelo técnico Didier Deschamps como uma peça importante para o elenco. Tanto que está no Qatar, convocado para seu terceiro Mundial. Ele estreou em 2014, no Brasil, onde marcou um na goleada contra a Suíça, por 5 a 2.

É curioso, no entanto, que mesmo com somente um gol em 12 jogos de Copas, o atacante poderá deixar o Oriente Médio como o maior artilheiro da história da seleção francesa. Com 49 gols, está a apenas dois de empatar com Thierry Henry, o líder do ranking.

Com a lesão que tirou Karim Benzema do Mundial, espera-se que ele consiga fazer isso. Não só pela marca pessoal, mas para ajudar os franceses a repetir algo que só aconteceu duas vezes na história das Copas do Mundo, com uma seleção ganhando dois títulos seguidos.

Somente Itália (1934 e 1938) e Brasil (1958 e 1962) conseguiram isso. Se entrar para essa lista, a França se torna tricampeã mundial.

A caminhada do time de Deschamps no Qatar começa nesta terça-feira (22). O primeiro desafio será contra a Austrália, às 16h (de Brasília), no estádio Al Janoub. As duas seleções estão no grupo D, junto com Tunísia e Dinamarca.

Sem o atacante do Real Madrid (ESP), eleito na última temporada o melhor jogador do mundo pela revista France Football, o treinador francês já avisou que Giroud será o titular contra os australianos.

"Ele está conosco há muito tempo e é um atacante muito útil pela sua maneira de jogar, mesmo que não marque é importante", declarou o comandante.

Benzema não deve ficar muito animado com a ideia. Em 2020, num período em que estava afastado da seleção, ele participou de uma live do youtuber francês Mohamed Henni, quando foi incitado a fazer uma comparação entre ele e Giroud. A resposta foi polêmica.

"A resposta vai ser rápida. Não se confunde a F1 com a corrida de kart. E estou sendo gentil. E sei que eu sou a F1", disse o atacante, que tem 37 gols pela França.

Benzema completou dizendo, ainda, que "ele [Giroud] não vai ser espetacular, não vai ser uma loucura, mas, do seu jeito, você vai ver mais o Griezmann e o Mbappé, e isso porque o Giroud faz o trabalho pesado."

A resposta de Giroud foi seca e direta. "Sou kart, mas com uma Copa do Mundo", afirmou, em referência ao título de 2018.

Atualmente vestindo a camisa do Milan, o jogador, que tem a confiança do treinador, vive uma boa fase. É o artilheiro da equipe italiana na temporada, com nove gols.

A antiga polêmica criada por Benzema faz parte de uma série de pequenos atritos que, segundo a imprensa francesa, ele costuma criar no vestiário com seus companheiros.

Por isso, veículos como o L'Équipe, por exemplo, escreveram que apesar do corte do atacante engrossar a lista de baixas do time francês, a ausência dele também pode deixar o clima mais leve para os atuais campeões mundiais.

É tudo o que eles mais precisam agora para superar os problemas que se acumularam ao longo da preparação para o Mundial. Além de Benzema, Pogba, Kanté, Kimpembe e Nkunku também tiveram problemas físicos que os impediram de jogar no Oriente Médio.

Mesmo assim, a França terá um time forte, liderado sobretudo por Mbappé, com remanescentes importantes da última conquista, como Griezmann.

Até por isso Deschamps optou por não chamar mais ninguém para a vaga de Benzema. No Qatar, o elenco francês terá 25 atletas à disposição do técnico.

"Estou convencido que o elenco é forte o suficiente com 25 atletas", disse. "Nós temos o que é preciso."


Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!