SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Diferentemente de quem assistiu ao jogo no Qatar, a estreia do Brasil na Fan Fest de São Paulo teve cerveja, e teve beijo gay.

O evento no Vale do Anhangabaú, patrocinado pela Brahma --prima da Budweiser, da mesma Ambev--, distribuiu 25 mil ingressos. E apesar de vários espaços vazios no início do jogo, foi enchendo durante o confronto.

A seleção venceu a Sérvia por 2 a 0, com dois gols de Richarlison.

"O espaço está maravilhoso, mais seguro, e o telão está incrível, muito maior", comemorou Jean-Pierre Toledo, depois de beijar Ítalo Cabral no intervalo do jogo. Aos 32 anos, Toledo é quase um veterano de Fan Fest, esteve em 2018 e 2014.

De acordo com a organização do evento, o telão de mil polegadas é o maior do mundo para eventos esportivos, com 645 metros quadrados. Mesmo a turma do fundão tinha boa visibilidade da grande tela acima do palco.

Outro telão grande ficava atrás do palco e atendia bem quem estava mais na frente. Outros dois telões laterais completavam a estrutura, mas estes estavam com a imagem levemente tremida.

Enquanto esperava por um gol, que veio no segundo tempo, Toledo lamentava a perseguição à comunidade LGBTQIA+ no país da Copa. "Acho absurdo o que acontece lá. No Brasil também tem preconceito, mas o retrocesso lá é fora do normal", disse.

Ambos estavam com camisas amarelas, e também comemoravam o fato de poder usar a cor sem nenhuma referência politica.

Toledo só lamentou o fato de a seleção brasileira não expressar nenhuma solidariedade aos grupos LGBT+ no Qatar, ao contrário do que aconteceu com as seleções europeias. "Adorei o que a Dinamarca fez", comentou, referindo-se ao escudo da seleção "invisível".

Depois da demora para sair o gol, quem estava comemorando era Marcos Paulo Cabral de Lima, 48, o Cássio do Farol, que assistia à estreia do Brasil contra a Sérvia segurando uma réplica da taça da Fifa. Antes do inicio ele estava mais otimista. "Vai ser 6 a 1 para o Brasil, e de virada".

Como bom técnico, comentou que Tite deixou alguns nomes importantes fora da lista. "Faltou o Cássio, o Scarpa, o Dudu e o Gabigol... e eu", ponderou alegremente. No intervalo ele já desconfiava de sua previsão inicial. "Tá osso."

Diferentes pontos da grande área vendiam cerveja, como a lata de Brahma Duplo Malte, por R$ 10 (no copo plástico) e o chope Brahma, por R$ 13.

Antes do início da partida, a apresentadora da Band Carina Corsato entreteve o público e recebeu Belletti. O lateral reserva da Copa de 2002 lembrou que "a Arábia Saudita já ganhou da Argentina, o Japão já ganhou da Alemanha, isso serve para o Brasil entrar mais ligado", comentou, para alegria dos presentes. Depois, deu seu palpite, "3 a 0".

Depois da vitória de 2 a 0 do Brasil, já no fim da tarde, algumas pessoas foram embora. Mas muitos ficaram para os shows que aconteceriam a seguir, de Gustavo Mioto e de Léo Santana.


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