DOHA, QATAR (UOL/FOLHAPRESS) - A capacidade de Casemiro para resolver problemas salta aos olhos e rende até apelidos inusitados dados por quem já trabalhou com ele no futebol. Se o técnico Carlo Ancelotti o chamava de bombeiro no Real Madrid, o lateral-esquerdo Filipe Luís disse que o volante da seleção trabalha como um aspirador. A linha de raciocínio dos dois é similar e o volante tem nesta Copa do Mundo justificado as comparações fora do comum.
Em relação a Filipe Luís, a leitura foi feita em comentário no Sportv após a vitória do Brasil diante da Sérvia, na estreia do Mundial do Qatar. Para o lateral do Flamengo, Casemiro "está sempre limpando a sujeira do campo" e "sempre onde tem um problema, ele está ali". Ao mesmo tempo, o próprio Casemiro não se esquece também do que Ancelotti disse a respeito dele. Na prática, o camisa 5 incorporou e une ambos os conceitos.
"Filipe é um grande amigo, é um grande prazer escutar ele falando de mim. É um cara que vê futebol de uma forma diferente, já como treinador mesmo jogando. Ele já está mais para lá do que para cá (risos). É um prazer ouvir as palavras dele. Ancelotti também brincava que eu era bombeiro do Real, apagava o fogo. Cada um tem a sua frase comigo. Fico feliz, porque venho fazendo meu trabalho e ele é esse, dar equilíbrio, ajudar a defesa, ajudar meus companheiros, a equipe sempre ganha", disse Casemiro, em coletiva hoje (26) após o treino da seleção brasileira no estádio Grand Hamad, em Doha.
Na estreia contra a Sérvia, Casemiro foi o melhor da seleção em desarmes. Foram dez posses de bola recuperadas, quatro a mais que Paquetá. Essa é a função principal dele, como primeiro volante escalado por Tite - embora a seleção aplique o conceito de marcação alta, usando os atacantes, chamado pela comissão técnica de Rec 5.
A mobilidade de Casemiro, outra característica de um "aspirador", se reflete no total de distância percorrida contra a Sérvia: 11,3 km, mais uma vez como líder da estatística no Brasil. Além disso, Casemiro dá opção de jogo.
A Fifa tem uma estatística que contabiliza o número de vezes que um jogador se apresentou para receber a bola. Casemiro fez esse movimento 88 vezes. De novo, líder do Brasil no quesito.
Não é de hoje que Casemiro também afasta qualquer estereótipo de um volante "brucutu", embora seja firme nas disputas. Ele sabe trabalhar com a bola no pé, não só em um passe sem graça para o lado e para trás. Na estreia do Brasil, ele tentou 22 passes entre as linhas de marcação da Sérvia, que posicionam o time de forma mais adiantada. Acertou 19. Ou seja: 86%. No geral, o camisa 5 do Brasil fechou o jogo com 91% de acerto nos passes.
Casemiro cresceu em relevância também pela escalação que Tite escolheu para começar a Copa. No meio-campo, ele é o único com característica natural de marcação, já que Paquetá é um parceiro com viés mais ofensivo.
"Cada jogador tem uma característica. Fred é mais dinâmico, joguei bastante com ele. Depois, com a entrada do Paquetá, você abre o Vinícius e fica mais ligeiro e leve na frente. Depende do que o treinador quer para cada jogo. Mais importante do que isso é que os jogadores façam suas funções direito. A defesa começa lá no Richarlison. Na minha forma de jogar não mudou, até porque todos os jogadores cumprem o trabalho. Paquetá é diferente do Fred, mas meu trabalho é sempre de ajudar os companheiros", completou.
O volante compõe a espinha dorsal do time de Tite desde a chegada do técnico ao cargo, em 2016. No ciclo que antecedeu a Copa do Qatar, ele atuou em 37 dos 50 jogos. O próximo jogo do Brasil no Mundial é contra a Suíça, segunda-feira (28), às 13h (de Brasília).
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