DOHA, QATAR (FOLHAPRESS) - Se a imagem do gol de Lionel Messi contra o México levou os argentinos à loucura, não foi a que viralizou nas redes sociais. O vídeo de Pablo Aimar, assistente do técnico Lionel Scaloni, chorando no banco de reservas foi tão exibido quanto o chute do camisa 10 de fora da área, no último sábado (26).

Meia histórico do River Plate e integrante da comissão técnica da seleção, Aimar é o ídolo de Messi.

"Ele era o enganche baixinho, habilidoso, que sempre tinha a bola grudada nos pés. Era o que eu queria ser", confessou o atacante eleito seis vezes melhor do mundo.

A reação de Aimar no estádio Lusail surpreendeu por sua personalidade discreta à beira do campo. Ele forma, ao lado de Walter Samuel e Roberto Ayala, o grupo de ex-atletas que aconselham Scaloni em suas decisões. Um dos maiores nomes da história do River Plate, o armador também passou por Valencia (ESP) e Benfica (POR).

A adoração de Messi por Aimar é a raiz do boato de que, na verdade, o atleta do Paris Saint-Germain (FRA) torce para o River, não pelo Newell's Old Boys, equipe de Rosário, sua terra natal.

Ele chegou a fazer teste e ser aprovado no time de Buenos Aires, mas não havia vaga no alojamento, e um dirigente disse que nas categorias de base da agremiação havia mais dez garotos iguais a Messi. Isso deu origem a uma das mais curiosas histórias da vida do craque.

Um amigo teria prometido que eles ficariam hospedados na casa de sua avó na capital para poder jogar no River, mas depois mudou de ideia porque Lionel se sentou no assento ao lado da janela e se negou a trocar de lugar.

Contratado pela AFA (Associação Argentina de Futebol) para trabalhar nas seleções de base, Aimar acompanhou a principal ao Qatar. É um nome querido entre os jogadores. Especialmente por Messi. Ajudou na construção desse seu perfil formador o fato de um de seus mestres ser Marcelo Bielsa -técnico que o levou ao Mundial da Coreia do Sul e do Japão, em 2002, e tem como filosofia um jogo baseado na posse de bola e no espírito quase amador de ver o futebol.

Aimar não deu entrevistas após a partida para explicar as lágrimas, mas há cerca de um mês ocorreu a morte de sua mãe, Mary Giordano, vítima de infarto.

O gol que emocionou o ídolo de Messi tirou a Argentina do sufoco. Um chute de fora da área que abriu o caminho para a vitória por 2 a 0 sobre o México. Resultado que manteve a seleção viva no Grupo C do Mundial. Na estreia, a alviceleste havia sido derrotada pela Arábia Saudita por 2 a 1.

"Estávamos mortos", reconheceu Messi após o triunfo em Lusail.

Um empate ou derrota colocaria sob risco a continuidade da Argentina na Copa do Qatar. Na última vez em que a equipe foi eliminada na fase de grupos, em 2002, Aimar estava no elenco. Ele também fez parte do primeiro Mundial, na Alemanha, em 2006. Foi quando, de forma polêmica, o técnico José Pekerman não o colocou em campo nas quartas de final contra a Alemanha, que terminou com eliminação nos pênaltis.

O choro parece corroborar a frase de Scaloni de que não há mais o que sua equipe possa fazer para deixar o torcedor com ela identificado.

Mas foi o próprio Scaloni quem destoou na discussão sobre as lágrimas de Aimar. No vídeo que ganhou as redes, o técnico é visto falando algo a seu assistente, tapando a boca para evitar a leitura labial. Possivelmente o repreendendo.

"Não concordo com essa ideia de que se trata de algo mais do que uma partida de futebol. Temos de corrigir isso. É difícil fazer as pessoas entenderem que amanhã o sol nasce, ganhe ou perca a seleção, e que o importante é se fez o que se deveria, se as coisas foram feitas da melhor maneira possível, como nós fazemos", opinou.


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