SÃO PAULO, SP (UOL - FOLHAPRES) - Na opinião de Walter Casagrande Júnior, há uma diferença na forma que os ídolos da Argentina marcam presença nas arquibancadas em relação aos brasileiros. O comentarista explica que tanto os jogadores atuais, quanto os antigos, que fizeram história na Canarinho, não demonstram proximidade com o povo na hora de torcer.
As declarações, feitas no último domingo (4), foram divulgadas em sua coluna no site UOL e reforçadas no programa Posse de Bola, transmitido todos os dias no canal do UOL Esporte no YouTube.
"A torcida da Argentina dá espetáculo. Ela torce, canta... Como fazem no Campeonato Argentino ou em Buenos Aires. São músicas que dão incentivo à seleção. Mas tem um detalhe a mais [que eu coloquei na coluna]. Os grandes ídolos argentinos estão na arquibancada junto com a torcida. No vídeo que eu coloquei, tem Batistuta, Crespo, Zanetti, Cambiasso, Sorín, todos eles no meio da torcida da Argentina, cantando as músicas", diz Casão.
"Enquanto isso, nossos ex-jogadores, ex-ídolos, estão sentados na tribuna da direção da Fifa. Cafu, Kaká, Roberto Carlos e o Ronaldo, de terno, como se fossem dirigentes da Fifa. E os da Argentina estão na arquibancada. Há falta de identificação dos ídolos brasileiros -agora, até os ex-ídolos brasileiros- com a torcida e com o povo. Enquanto os argentinos não perderam a raiz deles", acrescenta.
Ex-jogadores não gostaramAs declarações respingaram no grupo que conquistou o pentacampeonato com o Brasil na Copa de 2002, segundo uma réplica feita pelo ex-meia Vampeta sobre as falas de Casagrande. Os jogadores que participaram da campanha se irritaram com as citações feitas pelo comentarista.
Apesar das críticas aos ex-atletas, Casão mencionou dois jogadores atuais que, segundo ele, "não perderam a raiz": os atacantes Richarlison e Paulinho.
"Os nossos [jogadores] ficam sentados na tribuna com o [Gianni] Infantino, com o emir, com o xeque, com não sei quem. São quatro ex-jogadores, não estou falando de um ou dois. (...) É muito conflitante o comportamento dos jogadores brasileiros atuais e, agora, os ex-jogadores, que perderam a identificação com o torcedor depois que pararam", inicia Casagrande.
"[Quem ainda tem ligação com o povo] Só o Richarlison. E agora o Paulinho, que voltou ao Brasil, ao Atlético-MG, vindo do Bayer Leverkusen. Esse não perdeu a raiz. Vai fazer um bem danado no Brasil. Não só com a bola no pé, mas falando. Se comportando", conclui.
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