RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A sensação térmica de quase 38°C no Rio não combinou com o clima de tristeza que tomou conta do largo da Prainha, na zona portuária da cidade, após a eliminação do Brasil da Copa do Mundo nesta sexta-feira (9).

Horas antes, o cenário carnavalesco com samba, cerveja e muita festa, no famoso reduto boêmio da cidade, indicava outro resultado.

Nem mesmo a tensão durante todo o jogo desanimou a torcida que permaneceu atenta ao telão instalado na praça tomada de verde e amarelo.

"Faça sol, faça chuva, o pessoal fica animado. Aqui, a galera vem para curtir, é farra, união. Pessoal se espalha para assistir no telão e também aqui nas nossas TVs dos bares. Pra gente também tem sido muito bom nas vendas, é como se fosse carnaval", disse Ana Cristina de Mello, que é gerente de um dos bares do local.

Com o copo na mão e o samba no pé, o analista de sistemas Bruno Monteiro disse que o importante é torcer: "A gente fica nervoso, mas não dá para perder a alegria. Isso é futebol, é Copa do Mundo. Vamos fazer festa!".

Um dos pontos altos de animação surgiu com a entrada de Pedro em campo. Com muitos aplausos, a torcida carioca cantou "Ai, Pedro" em apoio ao atacante.

Mas a comemoração explodiu quando o tão esperado gol veio de Neymar no primeiro tempo da prorrogação.

Não demorou muito, porém, para o clima esfriar. Num gesto unificado, a torcida carioca levou a mão à cabeça e o olhar foi de desespero com o gol da Croácia.

Com o anúncio dos pênaltis, após o placar de 1 a 1 na prorrogação, podia se ouvir o murmurinho indignado por todos os lados: "não pode ser, de novo não", previam.

A vitória da Croácia nos pênaltis fez a multidão carnavalesca ficar em silêncio. Muitos se dispersaram enquanto alguns permaneciam olhando para o telão, desolados.

Sentada, com as mãos na boca, a jovem Piettra Peixoto, 14, disse que não podia acreditar no resultado. "Eu tinha certeza que a gente ia ser hexa. Eu não acredito", disse, chorando.

Para a advogada Vanessa Soares, 40, os brasileiros mereciam o título: "A gente merecia essa alegria. É inacreditável o time do país do futebol deixar outro jogar melhor do que a gente".

Apesar da derrota, a estudante de jornalismo Júlia Faria, 18, manteve o bom humor. Segundo ela, a culpa foi de sua escolha da camisa para o jogo desta sexta. "Eu repeti a blusa que usei na partida que perdemos para Camarões. Achei que pudesse reverter o azar daquele dia, mas deu ruim", disse apontando para a camisa branca da seleção brasileira que vestia.


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