SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Num duelo histórico entre dois grandes camisas 10, o veterano Lionel Messi viu o jovem Kylian Mbappé marcar três gols na final da Copa do Mundo de 2022 e tomar dele o prêmio de artilheiro do torneio, mas não os troféus de campeão e de craque da competição.
Aos 35 anos, o maior jogador desta geração encerra sua trajetória em Copas com um grande desempenho no Qatar. Em sua versão mais decisiva, o capitão da Argentina foi o vice-artilheiro (7 gols), maior finalizador (32 chutes), um dos líderes de assistências (3) e o vice-líder em passes para finalizações (19), de acordo com dados da empresa especializada Opta analisados pela Folha.
Para chegar ao título e ao troféu individual, Messi fez gols em 6 dos 7 adversários da Argentina nesta campanha, à exceção da Polônia.
Com dois na decisão contra a França, ele se tornou o primeiro jogador a marcar em todas as etapas no atual formato da Copa. Antes, já tinha anotado 2 na fase de grupos (contra Arábia Saudita e México), 1 nas oitavas (Austrália), 1 nas quartas (Holanda) e mais 1 na semifinal (Croácia).
Messi termina a Copa com ao todo 11 chutes defendidos pelos goleiros ?incluindo um pênalti perdido contra a Polônia?, outros 11 para fora, e mais 3 bloqueados ou desviados pelos zagueiros, além dos 7 gols marcados.
A perna esquerda foi, como sempre, a sua principal arma. Foram 27 finalizações com a canhota, 1 de cabeça e outras 4 de pé direito ?entre eles o gol mais importante de sua carreira, no tempo extra da decisão deste domingo. Do total de tentativas, a maioria aconteceu de dentro da grande área, em 21 ocasiões.
O camisa 10 empilhou marcas pessoais nos campos qatarianos. Desde que a Fifa passou a premiar oficialmente o melhor jogador da Copa com a Bola de Ouro, Messi é o primeiro a levar o troféu em duas edições. Ele já havia sido eleito o craque em 2014, no Brasil, quando a equipe alviceleste terminou em segundo lugar.
O camisa 10 é o primeiro atleta de uma equipe campeã a também levar o prêmio individual de melhor jogador desde o brasileiro Romário, em 1994. No Qatar, ele faturou o troféu Man of The Match (Homem do Jogo) em 4 das 7 partidas da campanha argentina, contra México, Austrália, Holanda e Croácia.
No acumulado da carreira, Messi chegou a um total de 13 tentos anotados em Mundiais, superando o Rei Pelé por um. Ele aparece agora empatado com o francês Just Fontaine e atrás do brasileiro Ronaldo (15) e dos alemães Gerd Müller (14) e Miroslav Klose (16).
O argentino também quebrou o recorde de partidas e minutos disputados em Copas. Contra a França, completou 26 jogos (entre as edições de 2006 e 2022), e ultrapassou o alemão Lothar Matthaus, que foi a campo 25 vezes (de 1982 a 1998). Com 144 minutos em campo na final, Messi chegou a um total de 2.338 em todas as participações, 122 a mais do que o italiano Paolo Maldini (1990 a 2002).
O craque ainda ampliou o próprio recorde de maior artilheiro da Argentina em Copas, que era de Gabriel Batistuta (10). Também já tinha superado Diego Maradona e Javier Mascherano em número de edições disputadas, ao participar de sua quinta edição.
O líder desta geração alviceleste ainda entrou para a história ao se tornar, ao lado do meia Ángel Di María, o primeiro jogador a conquistar Copa, Olimpíada e Mundial Sub-20.
O Mundial do Qatar será lembrado para sempre como aquele que consagrou e eternizou a lenda de Messi. Outrora criticado por não converter seu talento em títulos nacionais, o camisa 10 já havia conquistado a Copa América de 2021 e, agora, comemora a tão sonhada Copa do Mundo em 2022.
"Quero jogar mais algumas partidas como campeão mundial", afirmou Messi, depois de dizer que o título encerra a sua história em Copas do Mundo pela Argentina.
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