SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - Daniel Alves pediu neste domingo (22) para dar um novo depoimento à Justiça da Espanha após ter dado versões diferentes sobre a acusação que enfrenta de ter estuprado uma mulher em uma boate em Barcelona. A informação é da rádio espanhola Cadena SER.

O pedido de Dani Alves aconteceu após ele passar sua segunda noite na penitenciária Brians 1.

Ele foi preso preventivamente na última sexta (20), sem direito a fiança, e suas contradições embasaram a decisão da juíza Maria Concepción Canton Martín.

Se for julgado culpado, o jogador pode pegar até 12 anos de prisão.

Inicialmente, o brasileiro disse que não sabia quem era a jovem de 23 anos que o acusava. Essa foi a primeira versão que deu em seu depoimento, e que manteve em um vídeo enviado para um canal de TV espanhol em 5 de janeiro.

No entanto, Daniel Alves mudou a versão mais duas vezes quando foi intimado a depor sobre o caso nesta semana. O lateral disse que manteve relações sexuais com a mulher, mas de forma consentida, mas negando novamente a agressão sexual. A defesa do jogador admite que ele mudou a versão.

A mulher que o acusa, por sua vez, foi "contundente" ao manter sua versão, de acordo com as investigações.

A polícia espanhola já ouviu diversas testemunhas, além de ter analisado as câmeras de segurança do local e os laudos periciais realizados. Imagens das câmeras da boate mostram que ele passou cerca de 15 minutos trancado com a mulher no banheiro do estabelecimento.

As contradições do depoimento do brasileiro, além do risco de fuga em razão de uma passagem já comprada para voltar ao México e também de exames médicos e informações policiais, fizeram a juíza decretar a prisão provisória.

Após a detenção, Dani Alves teve seu contrato com o Pumas (MEX) rescindido por justa causa.

ENTENDA A ACUSAÇÃO

O crime teria ocorrido no dia 30 de dezembro de 2022. Após Dani Alves prestar depoimento sobre o caso, a juíza espanhola Maria Concepción Canton Martín determinou a prisão sem direito a fiança.

O brasileiro vai ficar preso até a investigação terminar. Ele passou por exame médico e psicológico antes de ser encaminhado para a cela.

A Justiça segue investigando o ocorrido, tomando depoimento de testemunhas, fazendo a perícia do local e avaliando os exames médicos. Ele pode pegar até 12 anos de prisão.

COMO DENUNCIAR VIOLÊNCIA SEXUAL

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.

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Lucas Figueredo/CBF - Daniel Alves

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