SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Daniel Alves foi transferido para uma prisão diferente na manhã desta segunda-feira (23), por questões de segurança.
Ele agora está na Brians 2, prisão que fica bem ao lado da Brians 1, onde passou o final de semana.
A Brians 2 é quase duas vezes maior do que a Brians 1, além de 16 anos mais nova, pois foi inaugurada em 2007.
Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona, esteve preso no local durante julgamento que envolveu a CBF.
Foi lá também que John McAfee, criador do antivírus McAfee, foi encontrado morto há cerca de um ano e meio.
Daniel Alves está em prisão provisória sob acusação de estupro e agressão a uma mulher, em Barcelona.
O local é muito diferente da média das penitenciárias brasileiras, pois tem uma série de serviços e espaços à disposição dos presos: consultório médico, oficinas para trabalho, sala de estar, aulas educativas, cabeleireiro, ginásio, pista para corrida e caminhada, além de áreas com jardins para recreação. A prisão tem 1.008 celas em 111.450 m² de área construída, quase o dobro da Brians 1.
O complexo é conhecido na Espanha como "prisão dos famosos". A Brians 2 fica a apenas algumas centenas de metros da Brians 1, de modo que a transferência de Daniel Alves foi um trajeto de poucos minutos.
Um ex-presidente do Barcelona esteve preso lá por sete meses, entre 2017 e 2018, durante o julgamento por suposta lavagem de 20 milhões de euros (cerca de R$ 112 milhões) em comissões ilegais do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Ele acabou absolvido após 22 meses de prisão provisória.
A justificativa para a transferência foi a segurança de Daniel Alves, que é uma pessoa famosa. Brians 2 tem cerca de 80 detentos por módulo, contra quase 200 de Brians 1. A tentativa é reduzir o impacto da presença do brasileiro na rotina normal do funcionamento da prisão, o que fica mais fácil em uma unidade com menos presos.
O QUE JÁ ACONTECEU NA BRIANS 2
Ficou famosa mundialmente após a morte de John McAfee, em junho de 2021. Ele ficou detido por oito meses, preso por supostamente sonegar milhões de dólares em impostos de lucros com criptomoedas. Foi encontrado morto em sua cela horas após a Espanha aceitar o pedido de extradição feito pelos EUA. A investigação apontou suicídio, mas a família questionou esta versão, e o corpo ficou mais de um ano no necrotério da prisão.
Foi palco de cenas de violência em maio de 2022, quando um detento acusado de três homicídios agrediu cinco funcionários da Brians 2. Ele estava sendo transferido de cela, e nenhum funcionário ficou ferido gravemente.
Um grupo de funcionários também traficava drogas para dentro da prisão, conforme a polícia espanhola descobriu há cerca de um ano. Quatro foram presos por facilitar a entrada de entorpecentes e celulares em troca de pagamentos.
Em 2020, um detendo matou outro com 30 punhaladas, dentro da Brians 2. O módulo onde o crime aconteceu tinha 95 presos sob responsabilidade de apenas dois funcionários. O responsável estava preso por assassinato, e a vítima, por tráfico de menores e agressões a mulheres.
Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda especializada como o CVV e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade.
O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil
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