MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - A polícia busca identificar em câmeras de tráfego os torcedores que penduraram pelo pescoço um boneco negro com a camiseta do jogador Vinicius Junior em uma ponte de Madri, na quinta-feira passada (26). Também são procuradas pistas em vídeos publicados nas redes sociais.
As informações foram reveladas em uma reunião na manhã desta segunda-feira (30) no Ministério Público, na qual 14 representantes de diversas instituições espanholas discutiram meios para conter e punir "condutas de violência, racistas, xenófobas e intolerantes que frequentemente estão se manifestando nos estádios esportivos".
Em nota distribuída após a reunião extraordinária, a Comissão Estadual contra Violência, Racismo, Xenofobia e Intolerância, ligada ao Ministério de Cultura e Esporte da Espanha, anunciou que o caso de Vinicius Junior transcende o campo administrativo e adentra o campo penal.
Foi a primeira vez que a comissão se reuniu no prédio do Ministério Público em Madri. Duas foram as razões para isso. Em primeiro lugar, o órgão judiciário quis dar maior visibilidade ao caso. A imprensa espanhola, apesar de ter noticiado, deu mais atenção ao jogo que o Real Madrid fez naquele dia do que ao boneco enforcado.
Em segundo lugar, segundo funcionários do MP, chamado de Fiscalía General del Estado, considera que tem havido um aumento nas demonstrações de ódio e quer acompanhar o assunto mais de perto.
Quanto aos gritos de "macaco", recebidos pelo mesmo Vinicius Junior em jogo contra o Valladolid, em 30 de dezembro, os órgãos de segurança afirmaram que continuam a analisar as imagens do jogo e propõem multas de EUR 4.000 (R$ 22 mil) aos eventuais culpados, além de banimento de eventos esportivos por um ano.
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