SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Durante o programa 'Donos da Bola' desta quarta-feira (1º), os presidentes do Sitrefesp (Sindicato dos Treinadores de SP) e do Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol) divergiram sobre as punições pedidas ao técnico do Palmeiras, Abel Ferreira.

O treinador do alviverde paulista foi alvo de diversas criticas por conta de seu comportamento durante a Supercopa do Brasil, no último sábado (28).

O QUE FOI DITO

"O Sindicato não compactua com nenhuma entidade que queira passar por cima disso, entidade de atletas deveria cuidar dos atletas, nos colocamos à disposição do Abel Ferreira e sua equipe, nós temos como foco a defesa da categoria dos treinadores de futebol (...) Se o árbitro entendeu que não deveria penalizar, porque uma entidade que não cuida dos treinadores solicita penalidade? Alguém tá querendo aparecer. Ou pior, se não for xenofobia", afirmou Marcos Boccatto, presidente do Sitrefesp.

"Pedimos para nossa assessoria entrar em contato com o Palmeiras e colocar o sindicato à disposição. Achamos uma injustiça, se não for intolerância ou discriminação social. Nós podemos ter bons treinadores de outros países também. Nada impede que o treinador que tenha capacidade e qualidade venha trabalhar aqui e ser bem tratado".

Alfredo Sampaio, presidente da Fenapaf, respondeu logo na sequência. "É incrível como as pessoas gostam de deturpar os objetivos, nós enviamos ofícios ao STJD, mas o objetivo não é a punição, é muito mais educativo do que qualquer coisa. Foi citado que queremos aparecer, ninguém quer aparecer. (...) Estão dizendo que a gente fez isso porque somos flamenguistas, não somos flamenguistas e nem temos procuração do Flamengo", afirmou.

"O Abel, para mim, se excedeu. Se ele continuar assim com bandeirinha ou microfone, o árbitro resolve. Agora, quando faz isso com atleta, terá o nosso posicionamento. Lamento as informações equivocadas", complementou Sampaio.

"O que pode ser feito é que as entidades e as instituições, cada uma no seu campo, se respeitem. Então o sindicato dos treinadores de São Paulo responde pelos treinadores. A nota da Fenapaf diz que espera punição", replicou Boccatto. "Nós entendemos que o Abel pode ter um comportamento emocional mais tranquilo, mas quem tem que cuidar disso é o árbitro. Eu nunca vi uma manifestação como a de hoje contra um treinador que está sendo a revelação de todos os campeonato".

Alfredo Sampaio finaliza:

"É uma bela resposta, é natural que o clube e os jogadores defendam ele. Se a federação achar que chutar a bandeira ou microfone são da mesma proporção que afrontar atletas, não vamos chegar em lugar nenhum. O respeito ao Palmeiras e ao Abel é muito grande. Ter uma posição contrária ou pedir punição não significa pedir a cabeça do cara", finalizou Sampaio. "A nossa posição foi essa, se foi equivocada para alguns, para outros foi certa, mas a minha esperança é que isso sirva de reflexão, porque esse comportamento não é adequado. (...) Esse trâmite no STJD a gente sabe como vai acabar ali na frente, mas a ideia é jogar luz na questão".

O QUE A FENAPAF ALEGA

A Fenapaf enviou uma "notícia de infração" que envolve o português ao procurador-geral do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).

O órgão disse que Abel "vem apresentando comportamentos à beira do campo não condizentes com sua função" de maneira recorrente e afirmou que o treinador, "de forma desequilibrada, extrapola os limites de respeito aos demais profissionais";

A federação disse que, pelas "inúmeras situações de descontrole" de Abel, quer a aplicação do artigo 258 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça desportiva) por parte do STJD.

PALMEIRAS REPUDIA

"A Sociedade Esportiva Palmeiras e os atletas profissionais do clube vêm a público repudiar a oportunista manifestação da Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol) contra o treinador Abel Ferreira", afirma nota do clube alviverde. "A entidade não tem autoridade, tampouco representatividade, para cobrar punições por atos ocorridos no campo de jogo e, portanto, passíveis de avaliação por parte da arbitragem. Cabe ressaltar que a Fenapaf nem sequer consultou os atletas do Palmeiras sobre esta iniciativa", escreveu o clube e um comunicado.


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