SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Sandro Rosell ficou 645 dias preso preventivamente acusado de fraude, parte desse tempo na prisão de Brians 2, onde está Daniel Alves. Ele foi absolvido das acusações e está livre hoje.

Em entrevista ao programa "Viajando com Chester", do jornalista espanhol Risto Mejide, o ex-cartola contou detalhes de como foi o período encarcerado, inclusive a vida sexual na prisão.

"Já ouvi falar que quando se chega na prisão, te dão um pacote de preservativos e vaselina, ai eu te pergunto: para quê?", pergunta o jornalista. Rosell responde: "Há necessidades das quais o ser humano não pode abrir mão mesmo atrás das grades. Sim. Tem muita relação homossexual na cadeia, mas até de gente que não é homossexual"

Rosell deixou o Barcelona em 2014 depois de ser acusado de fraude fiscal na polêmica contratação de Neymar, em 2013.

O dirigente foi inocentado após um acordo entre a diretoria do Barcelona e a Justiça para que a pena fosse assumida pelo clube como pessoa jurídica.

Ele também foi alvo de investigação por causa da sua participação na empresa Ailanto, que em 2008 foi responsável pela organização do amistoso entre Brasil e Portugal. Tal empresa teria recebido R$ 9 milhões pelo trabalho na partida.

A suspeita é superfaturamento com passagens aéreas da delegação brasileira, hotéis para jogadores de ambas as equipes e contratação de outros serviços.

AGRESSÕES NA PRISÃO

"Eles me ameaçaram algumas vezes, mas meus companheiros imediatamente vieram em minha defesa. Eles iam me bater. Um por ser presidente do Barça e outro por ser catalão. Aconteceu comigo uma vez em Madrid e outra em Barcelona , mas ambas as vezes Eles me protegeram sem que eu pedisse", afirmou Rossel. "Um detento me disse que eu teria que pagá-lo sempre que ele pedisse até ele querer ou me arrebentaria, mas os meus colegas apareceram e impediram-no"

DIFERENÇAS ENTRE AS PRISÕES DE BARCELONA E MADRI

"No Barcelona fiquei muito amigo de um patrão cigano que era torcedor do Barça. Então, lá quem me ameaçou era um cigano. O patrão disse lhe quatro palavras e tudo parou"

"Na prisão de Soto del Real, em Madri, os presos colombianos foram os que mais o defenderam. Cheguei a ver um detento enfiar uma estaca de madeira em outro por que lhe devia uma Coca-Cola."

Sobre a vida na prisão, ele revela que podia ver a família duas vezes por mês, que "o tabaco é a moeda de troca" e que "a prisão é cinza e um pouco velha, mas ao mesmo tempo você descobre muita humanidade, é é um contraste constante de emoções, de cores, de tristeza, de riso mesmo. Sempre tentei ser muito cerebral, não me lembrava de ter chorado em toda a minha vida e aí chorei várias vezes e com muco, depois me senti melhor ".


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