TÂNGER, MARROCOS (UOL/FOLHAPRESS) - O goleiro Ederson deu o tom de como as coisas estão diferentes na seleção brasileira. Ele apontou que ter um técnico interino é uma "sensação atípica" e reconheceu que estranhou a ausência de Alisson na lista de convocados anunciada por Ramon Menezes para o amistoso contra Marrocos.
"É sensação atípica. Estamos acostumados a um longo ciclo com o Tite, participei com o Dunga também. Nunca participei da seleção com interino, mas temos que trabalhar, dar nosso melhor. Ele vai implementar metodologia de treinos para o jogo de sábado e vamos fazer o melhor assim como ele que quer segurar o cargo nessa semana durante o período convocatório", disse ele, que deve ser titular no jogo de sábado (25), em Tânger, às 19h.
Ao mesmo tempo, o goleiro do Manchester City estranhou o fato de seu ex-companheiro de seleção Alisson não ter sido convocado. "Quando vi a lista, estranhei, mas é decisão do treinador, são escolhas. Pensei que ele estaria na lista e não sei o motivo, se é oportunidade para garotos mais jovens. Temos que trabalhar e dar nosso melhor, seleção tem a cada dia um novo bom jogador para assumir esse compromisso também".
Isso, no entanto, não o faz pensar que poderá assumir de vez a vaga de titular no gol. "Muito cedo para isso. Sempre importante iniciar um ciclo, para mim não é diferente, e espero iniciar da melhor maneira. É um ciclo longo, muitas coisas e fases podem acontecer. Preciso trabalhar o máximo e manter a consistência para estar aqui o maior número de vezes possível."
OUTRAS RESPOSTAS
- Ramonismo
"Ramon basicamente apresentou um plano de treinos, a ideologia que podemos apresentar. Treinamos tático ontem e hoje. Quer implementar a ideia com pressão média, baixa ou alta. Não deu para ver muita coisa, mas é a ideia para essa semana".
- Apresentação e vestiário com tantas novidades
"A gente sabe quem é, acompanhei o Sul-Americano Sub-20. Muitos jogadores aparecendo, ganhando oportunidade pela primeira vez. A gente fica por dentro, muda muita coisa com novo estafe, ciclo. A gente se adapta, é normal na vida do futebolista, mais ou menos a mesma coisa de chegar em um clube novo e se apresentar. É a mesma sensação".
- Tite e o que pode ficar
"Vai se manter união, alegria, felicidade em vestir camisa da seleção. Se o grupo continuar unido como esteve nos últimos anos, para mim vai ser a melhor lição que posso tirar do ciclo. Um grupo unido e alegre pode conquistar muitas coisas. Sei que estamos sujeitos a empates e derrotas, torcedor pode não lidar bem, mas eu entendo essa situações. A vida do futebolista é assim".
- Ambiente diferente
"Basicamente estou acostumado, tive outras data-Fifa na mesma situação. Temos que mudar o chip. Seleção é seleção, City é City. Passamos por fase decisiva agora, mas principal foco é seleção agora. A partir de domingo pensarei no City".
- Novo ciclo
"Sai mais experiente, mais maduro, com lição muito grande. Na derrota a gente para pensar mais, olhar os pontos positivos que não deram. Pensei em muitas coisas, é normal na vida profissional e fora dela. Tirei muitas coisas, eu trago para meu crescimento. Me vejo um cara mais maduro, sabendo lidar com certas situações. É primordial para o meu crescimento".
- Guardiola no Brasil?
"Cheguei a comentar e brincar, mas falou que não tem possibilidade. Renovou há pouco tempo por mais duas temporadas e falou que não tem hipótese alguma. Estou ansioso para o anúncio de treinador, são muitas especulações. Tomara que anunciem logo".
"Necessitaria de tempo, todo treinador precisa de tempo para colocar ideias em prática. Isso aconteceu no City, com vários treinadores também. Requer período para implementar ideologia. Se viesse ou venha para a seleção, precisaria de tempo. Exige paciência não só do torcedor, mas de toda a imprensa. A pressão é muito grande e muitas vezes não há treinos. Ia ser top [risos]".
- Marrocos
"Vai ser jogo complicado, a seleção deles é muito boa, agressiva, forte. A torcida deles realmente é muito fanática, lembro no Qatar com a minha família. Eu voltava para o hotel na folga e eles passaram da Espanha nos pênaltis. A rua ficou uma loucura, buzina, gritos. Não tinha visto aquilo ainda, no Qatar era mais reservado, pouca gente na rua. Comentei com a minha esposa que os marroquinos são fanáticos. Eles são muito fanáticos na África e Ásia, às vezes não temos essa dimensão".
- Eliminação
"Foi a pior derrota da minha carreira. Muito difícil, porque era uma seleção que vinha de entrosamento de longo tempo, que trabalhava junto há um certo período. Tínhamos esperança, expectativa, trabalhamos duro pelo título e não conseguimos. Foi um golpe duro. Falamos sobre a Copa e vem eliminação na cabeça. Passei dois ou três dias refletindo sobre o que poderíamos ter feito de melhor ou não ter feito. Foi mais fácil digerir porque faço trabalho psicológico e me preparo para todas as consequências. Todo profissional deveria fazer esse trabalho, ajuda principalmente no pós, que afeta muito a cabeça. Vemos muitos atletas não renderem o que rendiam antes de momentos assim. É muito importante"
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