SANTOS, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O Santos anunciou com orgulho a contratação do coordenador esportivo Paulo Roberto Falcão em novembro do ano passado. Afinal, a escolha foi acertada? O que ele faz?

COMO A DIRETORIA DO SANTOS VÊ?

O presidente Andres Rueda e os demais membros do Comitê de Gestão entendem que Falcão faz um bom trabalho, apesar da inexperiência neste cargo e dos resultados ruins em campo.

Falcão se esforça para lidar com outras equipes e empresários, mesmo tendo dito desde o início que a sua prioridade não era trazer reforços, e sim ser o elo entre comissão técnica, elenco e direção.

Rueda pede para Falcão ser mais atuante no mercado. E o "Rei de Roma" tem apresentado dificuldades nas negociações. Ele fala com o técnico Odair Hellmann, demais membros da comissão e scout para traçar perfis de possíveis contratações e passa ao presidente, que também tem tido problemas depois de prometer contratações de peso.

Pessoas próximas a Falcão afirmam que o coordenador precisa ter muita paciência para lidar com o presidente Rueda, que é classificado como "pessoa difícil" e já teve vários dirigentes na sua gestão: Felipe Ximenes, Jorge Andrade, André Mazzuco, Edu Dracena e Newton Drummond.

Outros funcionários do clube classificam Falcão como "gente boa", mas "perdido" e "preocupado". A reportagem também ouviu que a "melhor parte" da chegada de Falcão foi a indicação de Élio Carravetta, seu assistente de coordenação.

Carravetta, diante dessa instabilidade, tenta fazer a parte operacional entre os departamentos para deixar Falcão mais à vontade neste período de negociações.

Élio Carravetta é quase uma unanimidade no Santos. Ex-coordenador de performance do Internacional, o profissional avalia os treinamentos e se reúne diariamente com Odair e os analistas do clube.

COMO O ELENCO VÊ?

Falcão tem pouca relação com o elenco. O coordenador fala muito mais com a diretoria e membros da comissão técnica do que com os jogadores.

Há duas semanas, Falcão convocou uma reunião com atletas, presidente e Comitê de Gestão. O coordenador pediu para todos honrarem a camisa e saírem se estivessem incomodados. Esse foi um dos raros papos de Falcão com o elenco.

Falcão tem poucas conversas individuais com os jogadores. Nos treinos abertos à imprensa recentemente, foi possível ver o coordenador sempre ao lado da comissão, em uma relação mais fria com os atletas.

A maioria dos atletas procura diretamente o presidente Andres Rueda quando há alguma situação a ser resolvida. Foi assim, por exemplo, que Raniel, Luiz Felipe e Vinicius Zanocelo pediram para sair.

COMO O MERCADO VÊ

Vários agentes e diretores afirmaram que Falcão é pouco acessível e sempre transfere o assunto ao presidente. Raras demandas foram resolvidas pelo próprio coordenador.

Falcão tomou à frente apenas quando as negociações envolviam amigos e ele poderia pedir ajuda. Mesmo assim, o Santos não apresentou reforços nas últimas semanas.

Falcão também tem pouco contato com a imprensa. Os jornalistas precisam insistir para o coordenador falar ao fim das partidas e não houve entrevista coletiva após a eliminação precoce no Campeonato Paulista.

O coordenador esteve no sorteio da Sul-Americana na sede da Conmebol, no Paraguai, deu raras entrevistas e pediu para não ser perguntado sobre reforços.

FALCÃO FICA?

O presidente Andres Rueda pretende manter Falcão e Odair Hellmann até o fim da sua gestão, em dezembro.

Rueda também sumiu após os resultados ruins do Santos e entende que o melhor caminho é apostar na dupla e evitar novas mudanças no futebol.

Rueda esperava mais da dupla, assim como a dupla esperava mais do presidente. Todos tentam buscar reforços por um desempenho melhor no Campeonato Brasileiro, Sul-Americana e Copa do Brasil.

A reportagem tentou contato com Falcão, mas o coordenador esportivo do Santos não respondeu e nem atendeu às ligações.


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