RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - Na esperança de receber a Copa do Mundo Feminina de 2027, a CBF diz buscar alternativas para evitar que os times tenham cortes de investimento baseado no fracasso das equipes masculinas. Aline Pellegrino, gerente de competições da entidade, falou ao UOL, mas prezou a hierarquia.

O QUE ACONTECEU

Depois do rebaixamento do time masculino, o Ceará cortou a verba para a equipe feminina. Com isso, iniciou a temporada sofrendo diversas goleadas expressivas.

Pellegrino afirmou que é preciso respeitar as hierarquias e que a CBF não consegue dar conta de tudo. "Passa por gestão. Existe uma hierarquia quando pensamos no futebol. A Fifa dá a diretriz para as confederações dela e elas dão as orientações para as federações. Quando chega na CBF tem outros 27 filiados. É uma gestão muito ampla para acharmos que conseguimos controlar tudo. O próprio regulamento já dá diretrizes, os clubes têm que apresentar as documentações e tudo isso", disse.

A ex-jogadora afirmou que a entidade está de olho nesse tipo de situação e acredita que faça parte do desenvolvimento da modalidade.

Em cinco rodadas do Brasileiro A1, o Ceará sofreu 35 gols e não pontuou. O Real Ariquemes, penúltimo colocado, foi vazado 28 vezes e também teve apenas derrotas.

"Conseguimos fazer essa gestão, mas em algumas coisas temos barreiras. Quando algo assim acontece faz com que todos olhem de forma maior. Ninguém quer que aconteça, mas são coisas pontuais que fazem parte desse desenvolvimento. Isso não vai acontecer por uns cinco anos. Faz parte, era um momento do clube, queda, trocando gestão, sentimos que tem acontecido. Não temos como pular etapas no processo e tem o respeito de hierarquia na gestão. Mas estamos atentos e buscamos alternativas para que não volte a acontecer."

Aline acredita também que placares elásticos são normais. "Vemos o tempo todo resultados assim na Champions League, por exemplo. Temos que olhar por outro viés, analisar como foi o gol, o mérito do clube. Não vejo assim. No masculino também tem goleadas, não é um problema e também não pode ser aqui. Vemos o Real Ariquemes fazendo bons jogos, mais apertados, depois leva a goleada. Faz parte. Se olhar para as nossas finais, 4 a 1 é goleada. Clubes que estão nesse primeiro escalão dependem de expulsão, tentar virar o jogo, ir para cima. Faz parte do jogo."

OBRIGATORIEDADE FUNDAMENTAL

A partir de 2019, todos os 20 participantes da Série A do Brasileiro precisariam se enquadrar no Licenciamento de Clubes da Confederação Brasileira de Futebol.

Entre as obrigações estava a manutenção de um time feminino adulto e de base. A Conmebol também adotou a medida.

Na quinta temporada com a obrigatoriedade valendo, Aline Pellegrino afirmou que a medida foi fundamental.

"Em 2018 eu tinha receio porque foi tratado como obrigatoriedade. Na verdade o clube, para disputar as competições, tem que cumprir com aqueles critérios. No fim, as duas entidades [CBF e Conmebol] querem que os clubes façam uma melhor gestão como um todo. Olhando para trás, tenho certeza que foi fundamental para vivermos esse momento com as competições, o trabalho do Corinthians, o Flamengo investindo muito, Palmeiras campeão da Libertadores. Começamos a ver vários clubes investindo. Foi fundamental e necessário. Faz bem. Se não fosse isso talvez não estaríamos vivendo isso agora. É um processo natural das competições do mundo inteiro."

Atualmente, o Brasileirão conta com as séries A1, A2 e A3.

Com relação à Série A3, Aline disse que a CBF soltou o ofício de confirmação para as equipes na segunda-feira e os clubes vão confirmar a participação. A ideia é que semana que vem se publiquem os documentos para início da competição dia 15 de abril.


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