Um acordo entre a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) pôs fim ao caso do jogador Wallace, do Cruzeiro, na noite desta segunda-feira (15). Além da redução da pena imposta ao atleta - de cinco anos para 90 dias de afastamento das competições – a punição à CBV de perda de repasses de verbas pública pelo período de seis meses foi substituída por uma multa a ser paga pela entidade.
“Desde o início, apesar do expresso repúdio do COB e da CBV ao ato do atleta, a tentativa foi sensibilizar todos os envolvidos para que houvesse o menor prejuízo possível para o esporte olímpico e o vôlei brasileiro na caminhada a Paris 2024. A todos eles deixo um agradecimento, pois houve um esforço multilateral para que se chegasse ao entendimento. Entendemos que o momento é de união e retomada, e o acordo consensual não deixa de espelhar valores olímpicos. Entre eles o respeito, que sempre nutrimos pela CBV”, afirmou Paulo Wanderley, presidente do COB, em nota oficial.
O COB informa que as partes envolvidas no processo ético relacionado a Wallace chegaram a um acordo nesta segunda.
— Time Brasil (@timebrasil) May 16, 2023
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Campeão olímpico pela seleção brasileira, Wallace fora punido pelo Conselho de Ética do COB no início de abril com suspensão de 90 dias por crime nas redes sociais. A pena referia-se à publicação feita por ele no Instagram em 30 de janeiro. Na postagem, o atleta aparecia armado com uma pistola, e fazia uma enquete se deveria dar um tiro no presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O jogador do Cruzeiro, no entanto, foi liberado em meados de abril para jogar a reta final da Superliga, por medida liminar concedida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Depois disso, o Conselho de Ética do COB não só elevou de 90 dias para cinco anos o afastamento do atleta das quadras, como também suspendeu por seis meses o repasse de verbas pública à CBV.
Com a redução da pena, Wallace cumprira o restante da pena durante suas férias. O COB manteve a proibição de Wallace representar a seleção brasileira por um ano (até fevereiro de 2024), mas o jogador já havia anunciado sua aposentadoria da equipe nacional.
Mesmo com o acordo, o COB não reconhece o resultado da final Minas Tênis x Cruzeiro, devido à participação de Wallace na partid - na ocasião o oposto estava afastado das quadras pelo Comitê de Ética. Pelo acordo, a CBV fica obrigada a financiar, com recursos próprios, programa de valorização da postura ética de atletas nas redes sociais, sob a coordenação do Compliance Officer (Diretoria de Observância) do COB.
Em nota oficial, a CBV comentou a assinatura do acordo.
“A CBV agradece o empenho de todos os envolvidos em encontrar uma solução consensual. A CBV reafirma que não compactua com atos de incitação à violência, conforme manifestado desde o início. O momento é de retomar os valores do esporte como instrumento de união e não como meio de acirrar rivalidades. As partes têm a oportunidade de usar esse episódio como instrumento de transformação e educação para o uso responsável das mídias sociais. O voleibol brasileiro vai em busca da excelência, como potência mundial, ao lado dos seus parceiros, do Comitê Olímpico do Brasil e do Ministério do Esporte”.
O acordo foi assinado pelos dirigentes Paulo Wanderley (COB), Walter Pitombo Laranjeiras (CBV), o jogador Wallace e representantes do Conselho de Ética do COB e da AGU. Após o consenso, ficou decidido que não haverá mais questionamento na Justiça por parte dos envolvidos.
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