Buscando a classificação antecipada para as oitavas de final da Copa do Mundo de futebol feminino, o Brasil enfrenta a França, a partir das 7h (horário de Brasília) deste sábado (29) no estádio de Brisbane, na Austrália, pela segunda rodada do Grupo F da competição.

A equipe comandada pela técnica sueca Pia Sundhage chega motivada após golear o Panamá por 4 a 0 na última segunda-feira (24), em sua estreia no Mundial disputado na Austrália e na Nova Zelândia. Assim, se vencer as francesas na segunda rodada chega aos 6 pontos e garante a classificação para as oitavas de final de forma antecipada, além de deixar as adversárias europeias em situação muito complicada.

Porém, para garantir os três pontos neste sábado, a seleção canarinho terá que quebrar um incômodo tabu, pois terá que vencer pela primeira vez as francesas em uma partida oficial, em 11 partidas são 6 derrotas e 5 empates. Considerando apenas confrontos em Copas, há um empate de 1 a 1 no Mundial de 2003 pela fase de grupos e uma derrota, de 2 a 1 na prorrogação das oitavas de final, na última edição da competição, em 2019.

Um jogo dessa magnitude está mexendo com as jogadoras brasileiras, que em diversas oportunidades nos últimos dias evidenciaram que têm ciência do desafio que têm pela frente. “A França é uma equipe muito forte, uma das tops do mundo, mas a nossa equipe também é uma equipe fortíssima. É o principal confronto do nosso grupo, e temos totais condições de reverter o histórico em relação à França. Então, será um jogo muito duro, que será resolvido nos detalhes”, afirmou a zagueira Lauren, de apenas 20 anos.

Já a meia-atacante Debinha disse que espera um confronto físico diante das europeias: “O jogo contra a França é sempre muito duro. Vemos uma seleção muito qualificada, e, toda vez que jogamos contra elas, exigem muito fisicamente. Portanto, é algo que temos trabalhado bastante até aqui”.

Porém, a técnica Pia Sundhage deixou claro que acredita que chegou a hora de o Brasil finalmente quebrar esta escrita e alcançar sua primeira vitória sobre as francesas: “Há sempre um histórico quando você joga contra um time. E quanto mais tempo você joga contra um time, como a França, mais perto você chega da vitória. Isso é um fato, é uma questão de tempo. Temos uma oportunidade. Tento comparar 2019 [quando o Brasil foi eliminado do Mundial justamente pelas francesas] com agora, e está muito diferente. Quando observo a equipe, elas [jogadoras brasileiras] estão alegres, confiantes e acreditam que é possível. Este é o momento para jogarmos um ótimo futebol e vencer o jogo”.

Uma equipe em reconstrução

Apesar de um retrospeto tão positivo diante do Brasil, as francesas não podem ser consideradas as favoritas para o confronto deste sábado, pois vivem um momento de reconstrução que tem impedido que mostrem o seu melhor futebol, como pôde ser visto no empate de 0 a 0 com a Jamaica na sua estreia da Copa.

A equipe que está representando a França no Mundial da Oceania é bem diferente da que disputou a Copa do 2019, quando caiu nas quartas de final para os EUA. São apenas 11 remanescentes daquele elenco.

Além disso, o time é comandado agora pelo técnico Hervé Renard (o mesmo que comandou a Arábia Saudita no último Mundial masculino). Ele assumiu o posto em março, substituindo Corinne Diacre, demitida após desavenças com algumas das principais jogadoras da seleção. Um mês antes, por exemplo, a zagueira e capitã Wendy Renard disse que não defenderia mais a equipe sob comando de Diacre. A decisão foi seguida por outros nomes importantes, como as atacantes Kadidiatou Diani e Marie-Antoinette Katoto.

A saída da treinadora estancou a sangria, viabilizando a volta das jogadoras. Mesmo assim, a seleção da França tem desfalques de peso na Copa, como a meia Amandine Henry (autora do gol que eliminou o Brasil há quatro anos) e as atacantes Delphine Cascarino e a própria Katoto, todas contundidas.

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