RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, isolou-se no clube na sua decisão de manter o técnico Jorge Sampaoli. Foi o dirigente quem o contratou e só ele vai definir quando de fato chegou a hora de uma saída. O trabalho é visto como sem futuro por dirigentes aliados e o departamento de futebol.
AMBIENTE CONTRÁRIO
A maior parte da diretoria de Landim fora do futebol também defende a demissão de Sampaoli. Dentro do Ninho do Urubu, Marcos Braz, vice de futebol, e o diretor Bruno Spindel também já ensaiaram um processo para trocar o treinador, mas não vão contrariar o presidente.
Spindel e Braz cogitaram discutir a situação de Sampaoli depois do jogo com o Internacional, na última semana. A postura pública do mandatário, que afirmou que era óbvio que o treinador deveria ficar no cargo, barrou qualquer iniciativa.
O presidente entende que não faz sentido qualquer troca de técnico antes do final do ano. Haveria ainda menos sentido uma mudança antes da decisão da Copa do Brasil. Ao final da temporada, a intenção da diretoria é reavaliar o desempenho do técnico, assim como o próprio elenco.
Mas uma derrota no clássico diante do Botafogo, sábado, no Nilton Santos, pode ser decisiva. A avaliação de aliados é de que a pressão vai aumentar bastante se houver um resultado significativo a favor do rival. A convicção de Landim seria testada contra uma onda contrária.
Pesa a favor da manutenção de Sampaoli o entendimento de que há poucas alternativas no mercado. Uma troca agora talvez não resultasse na contratação de um técnico realmente desejado. Apesar disso, quando houve o episódio da agressão a Pedro, dirigentes já cogitavam ir atrás de um técnico brasileiro por entenderem que o argentino poderia se demitir após a queda do auxiliar Pablo Fernandez.
Diante desse cenário, o técnico argentino resiste se passar sem grandes ferimentos pelo Botafogo. Aí a proximidade da final da Copa do Brasil deve segurá-lo.
Por conta da crise, reformulações no departamento de futebol ainda não estão no horizonte e qualquer nova avaliação será apenas depois da decisão.
SOCO FOI DETERMINANTE
A sensação é de que o ambiente degringolou no Flamengo depois do soco do ex-preparador Pablo Fernández em Pedro. Naquela ocasião, há cerca de um mês, houve dirigentes que acreditavam que Sampaoli pediria demissão, mas Landim pediu para contornar a situação. O argentino ficou.
Apesar do abraço em Pedro, Sampaoli não mudou a postura e continua calado, falando pouco com as pessoas no clube. O diálogo escasso vai de jogadores até funcionários, mudando a dinâmica que era vista no CT diariamente.
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