RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - O Vasco vai enfrentar o Bahia, domingo (3), fora de casa, mas, em meio à interdição de público em São Januário, a torcida prepara um ato de protesto e em prol dos comerciantes da região.
O jogo será na Itaipava Arena Fonte Nova, às 18h30 (de Brasília), válido pelo Campeonato Brasileiro.
A ideia é que os arredores de São Januário possam receber um público similar ao de dias de jogos, para movimentar a economia local.
O ato vai contar com um telão no lado de fora de São Januário e a bateria da Escola de Samba União Cruzmaltina.
A convocação está sendo feita pela Associação de Torcidas Organizadas do Vasco da Gama (ASTOVAS).
"Queremos concentrar cerca de 20 mil pessoas. Esse é o público recorrente, que é, mais ou menos, a capacidade do estádio. Vai ter telão, bateria, bandeiras das torcidas, e tudo mais", disse Marcelo Rocha, presidente da ASTOVAS.
"No dia do jogo com o Atlético-MG, no Maracanã, fizemos uma concentração em São Januário e, quando saímos, um dos comerciantes nos falou: 'Para mim, o mês acabou aqui'. Então, decidimos que, a partir dali, nos jogos fora de casa e enquanto São Januário estivesse fechado, viríamos para cá para ajudar", completou.
RELATÓRIO DA PREFEITURA
A Prefeitura do Rio de Janeiro, através do Observatório do Trabalho Carioca, divulgou um relatório com o impacto da interdição de público em São Januário para os comerciantes locais.
De acordo com o documento, "a ausência de torcedores tem conduzido a um declínio nas receitas e na geração de renda das comunidades da Barreira do Vasco, Tuiuti e Arara, região já impactada com perdas históricas de postos de trabalhos pela retirada de indústrias e transformações no mundo do trabalho".
O levantamento aponta ainda que "segundo a Associação de Moradores da Barreira do Vasco, aproximadamente 18 mil pessoas foram, direta ou indiretamente, afetadas" tanto com a proibição do público quanto pela publicidade negativa que a área teve.
"O Observatório do Trabalho Carioca apurou que 92,8% dos buscadores de emprego na região, cadastrados através dos meios eletrônicos da Secretaria Municipal de Trabalho e Renda, possuem uma renda familiar de até 2 salários mínimos, o que enfatiza a vulnerabilidade econômica".
Ainda no documento, aponta-se que "comerciantes, que dependem do rendimento gerado pelos jogos, compartilharam relatos de uma redução acentuada de quase 60% na receita mensal" e que "cerca de 300 vendedores autônomos externos ao estádio, assim como 250 vendedores autônomos credenciados, dependem da movimentação gerada por esses eventos para sua renda".
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