RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - O vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, deu sua versão sobre a briga que se envolveu com o entregador Leandro Campos, na terça-feira (19), em um shopping na Zona Oeste (RJ). Segundo o dirigente, ele foi ameaçado de morte e xingado ao falar que estava com sua filha.

"Eu falei para ele (Leandro Campos): 'minha filha esta aqui do lado, tu ta me ameaçando'. E ele falando, falando... Nisso, eu perco o raio de visão dela, só que no fundo da loja, teoricamente, elas (filha e as amigas) estavam mais perto dele do que eu. E aquilo já foi me incomodando. Minha filha vendo o pai sendo ameaçado de morte, isso começou a me tirar do sério. Fui falando com ele, na direção dele, falei sistematicamente, várias vezes, que a minha filha estava ali. E aí peço até desculpa pelo que vou falar, mas a última frase dele foi: 'f...-se a sua filha"'. E aí o final vocês viram", disse Braz.

O dirigente falou repetidas vezes que recebeu ameaças de morte do entregador Leandro Campos antes de partir para as vias de fato: "Ele me ameaçou de morte, falou que se o resultado não viesse a cobrança seria muito diferente e falou, no final, o que eu falei há pouco tempo (f...-se sua filha".

ORDEM CRONOLÓGICA, SEGUNDO A VERSÃO DE BRAZ

Marcos Braz abriu a entrevista coletiva com um longo pronunciamento sobre o episódio. Veja a ordem cronológica dos fatos, segundo sua versão.

- Braz disse que sua filha chegou ao shopping com a mãe e mais duas amigas.

- Ele frisou que a filha mora com a mãe e foi encontrá-lo no shopping pois, no dia seguinte, completaria 15 anos.

- Braz se separou rapidamente da filha e foi à joalheria Pandora comprar o presente da filha na companhia de um amigo.

- Neste momento, segundo ele, "duas ou três pessoas" passaram a insultá-lo do lado de fora da loja: "nesse momento, que durou alguns minutos, eu não abri minha boca, não falei absolutamente nada".

- Ele diz que, pouco depois, sua filha volta à Pandora, escolhe o presente e, em seguida, vai para uma outra loja próxima junto das amigas.

- E que neste momento chega Leandro Campos o ameaçando de morte próximo de sua filha.

- Os fatos se desencadeiam até o "f...-se sua filha" e às vias de fato, segundo Marcos Braz.

- O vice de futebol do Flamengo diz que retornou à loja após a briga porque seu carro estava longe e ele estava sem segurança: "Qual foi meu calculo rápido? Eu não vou para o estacionamento porque meu carro não estava perto e eu não ando com segurança. Então voltei para loja por razões obvias. Entro dentro da loja, a loja é fechada e, antes de subir para o mezanino da loja, já estava viralizado. E eu comentei com o cara da loja que se a gente tivesse entrado na porrada, minha filha tivesse tido algum problema, eles já estariam rindo. Mas como deu um problema, o final não foi muito bom como o rapaz achava que ia ser, fiquei preocupado pois iriam chamar mais gente. Eu estou sendo perseguido há tempos", disse.

O dirigente rubro-negro, então, deixou a loja escoltado pela Polícia Militar e foi até à delegacia prestar depoimento. Em seguida, se dirigiu ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar exames.

"Eu sou preparado para estar no cargo. Mas, para o que aconteceu, eu não me preparei. Para ser ameaçado do lado da minha filha e ela sendo ameaçada também verbalmente, in loco? Peço desculpas pelo transtorno que causei, não para ele (torcedor). Peço desculpas aos pares da diretoria e à torcida do Flamengo. Não foi dessa vez, mas vai ter uma tragédia no futebol. Uma hora vai ter", afirmou Braz.

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Ausência na Câmara dos vereadores enquanto brigava

"Às terças e quintas, das 13h30 às 16h, você dá presença virtual para entrar no sistema. Eu posso falar, eu posso ouvir, tenho conhecimento das pautas. Quando chega às 16h, se você não botar o dedo, você toma falta e é descontado. Eu tomei a falta, eu não fiz nenhuma ilegalidade. Vou ser descontado".

"Vou falar por mim. Em outras votações, votei contra o empréstimo. Sou um vereador. Fiquei com um jornalista dois ou três meses me acompanhado lá. Sou bastante independente. Eu não voto com o Governo sempre, eu voto causas LGBT, às vezes não. Sou bastante independente. Se eu errei, foi uma coisa. Fiz a opção de estar com minha filha um dia antes do aniversário dela de 15 anos. Uma filha que não mora comigo, que mora com a mãe".

Convocado para dar explicações na Comissão de Ética

"Vereador pode ir na casa e votar o que quiser. Essa matéria não tem nada a ver com Comissão de Ética. Comissão de Ética é usado por estupro ou assassinato. E eu vou para Comissão de Ética porque fui comprar um presente para a minha filha. É do jogo".

Mordeu Leandro na virilha?

"Depois daquela última frase que ele falou, eu me lembro de pouca coisa".

"Sou vítima"

"Sou vítima, sou vítima, sou vítima! Sou vítima sendo vereador, sendo primeiro suplente de deputado federal, sendo VP de futebol. Não tenho vergonha de ser vítima. Vocês têm que acreditar em mim. Sistematicamente eu sou xingando por torcedor, e repito que nunca fiz banana a torcedor. Vários jornalistas que me acompanham podem falar tudo, mas nunca tive problema mais sério com torcedor. Quem de sã consciência vai estar com filha e mais outras duas crianças vai querer arrumar problema? Se eu nunca arrumei problema quando fui xingado em outras situações, eu ia optar por fazer uma reação ao lado da minha filha?"

"Não vou me ajoelhar"

"Isso foi covardia, mas eu não vou me ajoelhar. Não sou valente nem nada, mas não vou me ajoelhar. Sou vítima, mas vou até o final dessa história. Eu estando no Flamengo ou no cargo, sendo vereador ou assumindo cargo de deputado federal. Isso aqui não tem fim".

Continuidade no Flamengo

"Já refleti e já passei aqui. Quem determina a minha continuidade ou não é o presidente Rodolfo Landim. E, ao que me consta, estaremos juntos em 2024. E antes de 2024 temos muita coisa para fazer neste ano".


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