SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dorival Júnior costuma dizer que Rafinha é quem dita o ritmo do São Paulo em cada jogo. "Por incrível que pareça, ele faz isso mesmo atuando pelo lado do campo", elogia o treinador.

É pelas beiradas que ele protege a defesa, orienta o posicionamento dos zagueiros e, ao mesmo tempo, apresenta-se como um construtor no início das jogadas ofensivas. Tudo isso aos 38 anos.

Foi assim que o veterano lateral direito se mostrou peça fundamental para a equipe tricolor na jornada que culminou com o inédito título da Copa do Brasil neste domingo (24), diante do Flamengo, time pelo qual ele atuou de 2019 a 2020.

O conhecimento dele sobre o adversário também fez diferença, sobretudo na partida de ida, no Maracanã, onde ele praticamente anulou as chegadas de Bruno Henrique, umas das principais referências do ataque rubro-negro.

O mais velho jogador do elenco são-paulino teve, ainda, um papel importante na comemoração da vitória fora de casa. Junto com Dorival, ele foi uma das vozes que se levantaram para conter qualquer empolgação mais exagerada do elenco que pudesse atrapalhar no jogo de volta. "Com ou sem braçadeira, ele sempre tem a postura de um capitão no vestiário", destaca o técnico.

Também era assim na Gávea, onde ele fez parte do elenco que conquistou seis títulos em dois anos, entre eles o Campeonato Brasileiro e a Libertadores, ambos, em 2019, sob o comando de Jorge Jesus.

Era a prova de que ele não havia retornado ao futebol brasileiro depois de quase 15 anos no futebol europeu apenas para fazer número. "Pode me chamar de nego veio, né? Mas eu me cuido", brinca o lateral. "Hoje em dia, não dá para perder uma noite de sono", diz ele sobre o segredo para manter o alto rendimento.

Na Europa, ele fez seu nome, sobretudo, com a camisa do Bayern. Ganhou 17 títulos ?todos os possíveis pelo clube alemão?, entre os quais a Champions League e o Mundial de Clubes.

Em terras brasileiras, assim como na galeria do São Paulo, faltava no currículo do jogador um troféu da Copa do Brasil, algo que o motivou ainda mais para os duelos com o Flamengo.

A partida deste domingo foi a 35ª dele na temporada. O número poderia ser ainda maior, mas uma lesão no ligamento do tornozelo o tirou de dez partidas no Campeonato Paulista. Mesmo assim, ele está entre os dez jogadores que mais atuaram pelo time tricolor na temporada.

Seu fôlego também será importante para a sequência do ano. O tempo para comemorar o título da Copa do Brasil não deverá ser muito longo, afinal o São Paulo precisa se afastar da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Rafinha está entre os jogadores que mais têm consciência da delicada situação.

Pelo menos, agora, o time vai entrar em campo mais leve, já classificado para a Copa Libertadores de 2024 e com sua galeria quase completa, à espera da taça da Supercopa do Brasil, título que Rafinha conquistou pelo Flamengo em 2020 e que, agora, poderá levar para o Morumbi.

Para isso, porém, ele precisa renovar seu contrato com o clube, que se encerra no fim do ano. Esse é o desejo da diretoria e de boa parte da torcida.


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