RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - O Flamengo encara um cenário difícil para contratar Luiz Henrique. Cria do Fluminense, o jogador prioriza a Europa. Mas por que o clube insiste e foi até a Espanha resolver a situação?
PEDIDO
Luiz Henrique, do Bétis, é um pedido de Tite. O treinador gosta do jogador, tanto que o colocou na lista dos 55 nomes pré-convocados para a Copa do Mundo do Qatar, em 2022.
O Fla tem uma carência no elenco. Durante as conversas com a diretoria, o treinador identificou a necessidade de ter um jogador para disputar vaga com Luiz Araújo na ponta.
O esquema de Tite favorece os pontas. Apesar de indicar duas possibilidades de formação, o treinador começou o ano repetindo o modelo que terminou 2023.
A DIFICULDADE
O Bétis quer vender Luiz Henrique. O preço estipulado é de 18 milhões de euros (R$ 97,18 milhões), considerado muito alto pelo Flamengo.
O Flamengo não quer fazer um investimento desse tamanho no momento. A ideia é pagar pelo empréstimo do jogador e colocar uma opção de compra ao final. Caso o negócio em definitivo seja selado, o valor pelo vínculo temporário seria abatido.
A diretoria carioca já sabia da dificuldade do negócio. O vice-presidente de futebol e o diretor executivo foram à Europa para tentar conversar e acelerar o processo.
Nesta primeira rodada de conversas, no entanto, nada feito. A dupla deixa Sevilha sem um acordo.
O clube espanhol prioriza a venda para a Europa. O Bétis acredita que pode receber propostas mais vantajosas de clubes do continente europeu e, caso não tenha sucesso em vender, Luiz teria mais visibilidade emprestado por lá.
Outros clubes brasileiros tentaram o jogador. Fluminense e Corinthians entraram na disputa, mas viram a dificuldade do negócio e o interesse esfriou.
PROBLEMA EXTRA-CAMPO
Uma investigação por suposto envolvimento com aposta esportiva pode fazer o Bétis querer mais o negócio. Luiz Henrique começou bem no clube e era visto de forma positiva, mas teve uma queda de rendimento.
No ano passado, ele e Lucas Paquetá começaram a ser investigados. Uma aposta feita em Duque de Caxias (Baixada Fluminense) previa que os dois levassem cartões amarelos no mesmo dia. A aposta foi no site da Betway, que patrocina o West Ham, e não é dos populares no Brasil, em contas vinculadas a pessoas próximas aos dois jogadores.
O presidente da La Liga havia dito que o caso atrapalhou os planos de venda o Bétis. "Às vezes acontecem coisas que não conseguimos avaliar. Um jogador que está no mercado e você não vai conseguir vender. O jogador [Luiz Henrique] que tem um problema de manipulação de resultados. Eles estavam pensando em vendê-lo, mas não podem", disse Javier Tebas.
Um jogador marcado é impossível de vender, e ele está marcado porque é investigado e nem conseguiu ir para a seleção brasileira sub-23 por isso. Está marcado, o clube perdeu um ativo. Creio que estava na lista do que poderiam ser vendidos. Javier Tebas
NUNCA JOGARIA NO FLAMENGO
Luiz Henrique já disse que nunca jogaria no Flamengo. Em entrevista ao podcast Bons de Bola, o jogador reforçou o laço com o Fluminense.
Nunca, nunca. É sério. Meu coração é Fluminense. Minha conexão com o Fluminense é outro nível. É loucura, eu vejo todos os jogos, eu comento tudo, a torcida pede 'volta logo, já tá comentando tudo'. Eu sou tricolor de coração. Está louco Luiz Henrique
A reportagem apurou que nada está descartado no momento. O jogador e o Bétis seguem avaliando os interessados antes de tomarem uma decisão.
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