SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Enquanto busca um novo técnico para a sequência da temporada, a diretoria do Corinthians negocia com Mano Menezes a forma de pagamento da multa rescisória de seu agora ex-treinador.

Conforme prevê o regulamento do Campeonato Paulista, o clube só poderá inscrever um novo profissional na competição quando "comprovar a quitação ou a formalização de um acordo de rescisão trabalhista do profissional dispensado".

Nenhuma das partes fala oficialmente sobre o valor da multa definida em contrato, mas desde segunda-feira (5), quando o comandante foi desligado, há contatos para negociar a melhor forma de pagamento.

O vínculo foi assinado na gestão do ex-presidente Duilio Monteiro Alves, com validade até 2025. Segundo a ESPN, o contrato prevê o pagamento integral dos salários até o fim deste ano em caso de rescisão unilateral durante a temporada de 2024. Esse valor está atualmente na casa dos R$ 9 milhões.

O presidente Augusto Melo, no entanto, afirmou no último domingo (4), logo após a derrota em casa diante do Novorizontino, pelo Paulista, quando ainda bancava a permanência de Mano, que o valor da multa era maior do que tem sido especulado.

"A multa é maior do que estão falando, mas, independentemente disso, não estamos preocupados com multa, estamos preocupados com trabalho", disse o mandatário.

Na mesma entrevista, Melo chegou a dizer que era preciso dar ao técnico "a melhor condição de trabalho", com a contratação de reforços para tirar o time da crise. Desde a vitória na estreia do Estadual, diante do Guarani, a equipe alvinegra engatou uma sequência de quatro derrotas, incluindo o primeiro revés para o rival São Paulo em Itaquera.

Mano voltou ao Corinthians em outubro de 2023, quando o time foi eliminado pelo Fortaleza nas semifinais da Copa Sul-Americana. A principal missão dele era evitar o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, cumprida.

Menezes, contudo, não era a opção de Augusto Melo para comandar o time. Durante a eleição, o então candidato da oposição criticou a forma como Duilio contratou o treinador, já no fim de sua gestão e com um compromisso até 2025. Augusto chegou a divulgar uma nota em que disse que o comandante não seria sua prioridade.

Antes de demitir o técnico, Melo conversou com o técnico do São Bernardo, Márcio Zanardi, que trabalhou nas categorias de base do Corinthians de 2012 a 2016, quando foi desligado do departamento em que trabalhava justamente com o próprio Melo.

O acerto, encaminhado, acabou sendo descartado quando a atual diretoria tomou conhecimento de um artigo do regulamento geral do Estadual, segundo o qual é "vedada a contratação de treinadores que já tenham atuado por outro clube no Campeonato Paulista da temporada de 2024".

Outros nomes, incluindo estrangeiros, estão sendo analisados pela diretoria corintiana no momento, mas não há ainda um alvo claro definido.

Em nota divulgada no fim da tarde desta terça, o clube informou que o nome de Cuca "não é visto como uma opção". O treinador teve rápida passagem pelo Parque São Jorge em 2023, mas pediu demissão após uma semana devido aos protestos por sua contratação.

Na época, a permanência do treinador se tornou insustentável pela pressão de torcedores, sobretudo de mulheres, indignadas com a postura do clube diante do caso de violência sexual registrado contra Cuca em 1987, na Suíça, quando ele ainda era jogador.

A Justiça da Suíça tenha, no começo deste ano, anulado a condenação, aceitando o argumento de que ele foi julgado sem representação legal, o brasileiro não foi inocentado, mas o processo foi extinto.

Sem a condenação nas costas, Cuca foi novamente especulado para dirigir o Corinthians, algo que agora a diretoria rechaça. O comunicado afirma, ainda, que o presidente se reuniu com membros das organizadas do clube, mas para falar do momento do time, sem dividir com a torcida "a responsabilidade pela escolha do novo treinador".

Enquanto isso, o clube treina sob o comando do Thiago Kosloski. É ele quem está cuidando da preparação para o clássico contra o Santos, nesta quarta-feira (7), às 19h30, na Vila Belmiro, pela sexta rodada do Campeonato Paulista.

O confronto deverá marcar a estreia do meia argentino Rodrigo Garro, 26. Contratado no início de janeiro, ele passou mais de um mês esperando a regularização de sua documentação para jogar. Primeiro, o Corinthians atrasou o pagamento da primeira parcela referente à compra. Quando o pagamento, enfim, foi feito ao Talleres, o clube argentino demorou a liberar a documentação.

Dessa forma, ele nem chegou a jogar sob comando de Mano Menezes, treinador com quem o argentino disse que gostaria de ter trabalhado mais. "Eu respeito a troca de técnico, mas ninguém gosta da situação que estamos atravessando no momento", disse o meia nesta terça-feira (6), quando foi apresentado.

Mano deixou o Corinthians, em sua terceira passagem, com um aproveitamento de 38% ?em 20 jogos, foram 6 vitórias, 5 empates e 9 derrotas.

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Divulgação - Mano aguarda Corinthians para negociar multa, estimada em R$ 9 milhões

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