SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Cris Dias embarcou em um novo desafio neste ano: ela é a mais nova comentarista da WSL (Liga Mundial de Surfe) e está analisando os movimentos dos atletas no Mundial de surfe ao lado de Edinho Leite e Ian Cossenza. A novidade em sua vida rendeu até um empurrãozinho para Cris passar por cima do trauma que carrega desde os 25 anos -hoje ela está com 43.

"Eu era muito feliz fazendo aula de surfe e, inclusive, conheci o Ian ? que está comigo na transmissão ? naquela época. O problema é que tomei muita vaca [também conhecido como caldo] na cabeça e eu fiquei com um pouco de receio. Agora, estou começando a criar vontade de novo de surfar", comentou Cris Dias ao UOL.

"Quero deixar para trás esse meu 'medinho' das vacas e treinar, porque é um movimento todo diferente. Mas é isso, confesso que eu estou ficando com vontade de novo por ficar vendo a galera aqui no Mundial e passando a entender mais, além de falar sempre com os meninos, o Edinho e Ian. Tudo isso está despertando essas vontades novamente", acrescentou.

TRANSMISSÃO DEMOCRÁTICA

Com mais de 20 anos de jornalismo esportivo, Cris já passou por Globo, Band e CNN e, agora, encara a nova empreitada em uma transmissão do surfe 'democrática', voltada especialmente ao público brasileiro. Segundo Cris, a ideia da WSL é trazer todo o tipo de fã: desde os surfistas que entendem dos mínimos detalhes até o espectador que se tornou um admirador recente da modalidade.

"Nós estamos inaugurando uma nova linguagem. O público do surfe é bastante exigente, então a gente tem todo um cuidado e, com isso, contamos com dois grandes especialistas, mas também queremos que o surfe fure essa bolha do surfista raiz. O grande consumidor estará presente, claro, mas o objetivo é ir além disso: a gente quer chamar aquela galera que está chegando agora, aquele cara que sabe que a 'Brazilian Storm' é muito maneira, quer ver seus ídolos, mas ele não necessariamente surfa", explicou a comunicadora.

ESPORTE E CONEXÃO COM A NATUREZA

Cris é praticante de kitesurfe e, sempre que possível, carrega seu material por todos os lugares do Brasil onde passa. A jornalista se autodenomina nômade digital e coloca como prioridade o contato com a natureza em suas aventuras. De certa forma, é uma conexão que faz entre ela e os surfistas dos quais ela narra as histórias atualmente.

"Eu não sou religiosa, mas eu sinto Deus, sinto essa conexão com o divino quando eu estou lá dentro d'água, sabe? Quando estou lá no mar, me sinto parte de todos os elementos naturais. No kite, em especial, a gente vai lá para o alto mar, viaja de um lugar para o outro, fica muito tempo dentro d'água. Então, você vê tartaruga, todo tipo de bicho, você sente o vento mudando, você sente as condições do mar ou da lagoa... Você faz parte de uma engrenagem ali, de um motor, você vira meio que um barquinho, uma vela", refletiu Cris.

"Tenho certeza que os surfistas têm isso também quando eles estão dentro d'água, você sente que você só faz parte, você não é nada, você é um negocinho ali. É nesse momento que eu sinto a minha conexão mais profunda com o intangível, com o que a gente não vê, com a nossa fé... Para mim, esporte com mar, esporte com natureza é muito especial por causa disso", concluiu.


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