Apesar do grandioso espírito de competição, os Jogos Olímpicos nem sempre foram palco de eventos impecáveis. Acusações sobre a “faxina social” envolvendo a remoção de populações de rua como parte dos preparativos dos jogos Paris 2024 são recentes, mas não são uma novidade. As olimpíadas do Rio em 2016, Londres em 2012, Pequim em 2008 e mesmo Sydney em 2000 acumularam denúncias sobre a mesma prática de deslocamento de sem-teto ou ocultação de moradias precárias.
A história está repleta de escândalos olímpicos, remontando aos primeiros Jogos na Grécia antiga. Bebidas ricas em cafeína eram usadas como substâncias para melhorar a performance, óleos sobre a pele conferiam alguma vantagem em lutas corporais, e mesmo o suborno para que oponentes fingissem o nocaute foram registrados nos jogos de 388 a.C.
Ainda é cedo para saber como será avaliada a organização dos Jogos Olímpicos de Verão de 2024. Excluídos casos isolados de atletas desonestos e o ataque terrorista nos Jogos de Munique de 1972 contra a delegação israelense, aqui segue uma lista com os cinco maiores escândalos da história das olimpíadas envolvendo sua organização ou um time inteiro.
1. Doping no Rio 2016
Mais de 100 atletas da Rússia foram banidos dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio devido a alegações generalizadas de doping. Segundo a Reuters, 271 atletas, apenas 70% do tamanho original da equipe, foram aprovados para competir – 116 atletas russos foram banidos dos Jogos Olímpicos daquele ano. À luz do escândalo de doping, o nome da seleção russa, a bandeira e o hino nacional foram proibidos nas Olimpíadas de Tóquio em 2020 e nas Olimpíadas de Pequim em 2022 pelo Tribunal Arbitral do Esporte.
2. Segregação em Tokyo 2020
O comitê olímpico provocou indignação depois de proibir as toucas de natação projetadas especificamente para cabelos naturais nas competições. Foi rejeitado o pedido de certificação de produtos da marca Soul Cap, de propriedade de negros, que criou toucas de natação inclusivas para pessoas com dreadlocks, afros e outros estilos de cabelo naturais. Tal decisão foi alvo de protestos uma vez que desencorajava atletas de praticar o esporte, mas pouco depois foi revista.
Polêmicas sobre o traje olímpico no Paris 2024 já começaram, envolvendo o uniforme feminino de atletismo dos Estados Unidos, uma espécie de maiô cavado, nada confortável para prática esportiva.
3. Corrupção em Salt Lake City 2002
Membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) foram subornados por membros da candidatura de Salt Lake City para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2002. O escândalo envolveu pacotes de dinheiro em espécie, viagens de ski luxuosas para resorts de classe mundial, bolsas de estudo para filhos do COI em universidades de prestígio, e até mesmo promessas de empregos lucrativos após os Jogos. A escala da operação era chocante, com alguns membros do COI recebendo centenas de milhares de dólares em subornos.
4. Violação dos direitos humanos em Pequim 2008
Enquanto a China se preparava para acolher os Jogos em Pequim, os atletas chineses teriam sido levados além do limite na tentativa do país de ganhar mais medalhas do que os americanos. Atletas foram informados de que se não conseguissem o ouro nas Olimpíadas de Pequim, todos os seus outros feitos atléticos seriam em vão. Além disso, trabalhadores migrantes teriam sido privados de salários e protecções adequados enquanto construíam infra-estruturas para os Jogos,
5. Festejando sem limite em Vancouver 2010
A seleção feminina de hóquei do Canadá comemorou a terceira medalha de ouro consecutiva com champanhe e charutos dentro do rinque de gelo, o que foi considerado escandaloso, já que ainda estavam uniformizadas. Elas pensaram que o rinque estava vazio e o Hockey Canada emitiu um pedido oficial de desculpas por suas ações.
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