Gabriel Medina ainda pode estar competindo pelo ouro, mas sua foto já está entre as mais icônicas dos Jogos Olímpicos de 2024. O surfista brasileiro ganhou a altíssima nota de 9,90 durante a 5ª bateria do surfe masculino na segunda-feira 29 de julho no Taiti, marcando a maior nota da história na modalidade olímpica.

Medina, que tem três títulos mundiais, tinha acabado de terminar de surfar um tubo, quando levantou a mão pedindo a nota máxima. O fotógrafo Jérôme Brouillet, da Agência France-Presse (AFP), capturou a pose que desafiava a gravidade. “Fiz a foto, olhei para a câmera, selecionei os cliques e vi as imagens do começo do pulo e do meio. Olhei e vi que fiz um bom trabalho”, relatou Brouillet.

Apelidado nas redes sociais de “Filho de Poseidon”, o Deus grego dos mares e rios, Medina virou meme na web. Sua foto já foi usada em inúmeras montagens, inclusive para celebrar outras estrelas da delegação brasileira, como a equipe de ginástica artística vencedora do bronze.

Seu adversário, o japonês Kanoa Igarashi, reagiu com bom humor nas redes sociais, dizendo que Medina “nem deixou uma (onda) para gente kkkkk (rir para não chorar)”. Ele recebeu milhares de comentários de brasileiros que relembraram a provocação à Medina depois de Igarashi levar a melhor na semifinal dos Jogos de Tóquio, em 2021. Na época, o atleta foi criticado por não apresentar o fair play esperado, quando postou “Bla bla bla (emoji chorando de rir). Chora Chora q tou feliz! Hehehehe”.

Chance de ouro no surfe brasileiro

Gabriel Medina avançou para a próxima fase, onde luta por uma vaga contra o brasileiro João Chianca, o 'Chumbinho'. Depois da eliminação de Filipe Toledo nas oitavas de final, os dois brasileiros se enfrentam de maneira amigável. "Espero enfrentar o Chumbinho. Temos treinado bastante juntos com o Time Brasil. Eu sou brasileiro e torço por isso”, disse Medina.

Chumbinho, que até a última edição das Olimpíadas não fazia parte da elite do surfe, viveu uma temporada meteórica em 2023, com sua primeira vitória no circuito mundial e a quarta colocação ao final do campeonato. Considerado um dos melhores surfistas da atualidade, o atleta recuperou-se de um acidente grave no Havaí, em dezembro de 2023. Ao tentar descer numa onda, ele caiu e não voltou à superfície.

“Grande parte da minha vida está aqui comigo neste momento, neste local, com essa energia, essa ilha que eu amo e lugares especiais para mim. É um momento da minha vida que tenho grandes responsabilidades e compromissos com meu país. Isso é incrível. Você realmente se sente feliz de representar sua família, seus amigos, as pessoas que você ama e as pessoas que amam você”, celebrou Chumbinho.

Esta é a segunda Olimpíada de Gabriel Medina, que participou dos Jogos de Tóquio 2020. A edição marcou a estreia do surfe como modalidade esportiva olímpica, na qual o surfista Ítalo Ferreira conquistou a medalha de ouro para o Brasil no masculino. Ítalo não obteve a classificação necessária para disputar os Jogos de 2024, já que não ficou entre os dez primeiros. Ele se lesionou em 2023, o que impediu sua presença em Paris 2024.

Como o surfe olímpico é pontuado

O surfe é julgado por um painel de cinco juízes, que pontuam as ondas dos surfistas em uma escala de um a 10. Não há limites para o número de ondas que um surfista pode surfar, mas as pontuações mais altas e as mais baixas para cada onda são descartadas. Então, as duas ondas com maior pontuação do surfista são combinadas para o total geral que ele ganha na bateria.

Surfe das Olimpíadas de Paris acontece no Taiti

A aproximadamente 16 mil km de Paris, o Taiti abriga os eventos de surfe dos Jogos Olímpicos de Paris, representando uma distância recorde entre um evento e uma cidade-sede. Capital cultural e econômica da Polinésia Francesa, um território da França, o Taiti e seus atletas competem pela França nas Olimpíadas.

De acordo com o comitê organizador, “os Jogos Olímpicos oferecem uma oportunidade de envolver os territórios ultramarinos franceses e suas comunidades pela primeira vez na história, ao mesmo tempo em que mostra a rica e diversa herança da França.”

A competição está sendo realizada em Teahupo'o, que já faz parte do circuito do Campeonato Mundial de Surfe há mais de 20 anos. Teahupo‘o tem algumas das melhores ondas do mundo, mas também das mais difíceis de surfar até para os atletas de elite.

Para Medina, Teahupo'o revelou-se um sonho: “Nunca imaginei que estaríamos mostrando para o mundo esse tipo de surfe, porque não é sempre que pegamos condições assim. Fico feliz em ter a oportunidade de estar representando o país. Tá desafiador, mas é assim que é legal surfar. Tá perfeito, eu amo essas condições.”

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Reprodução - Paris 2024: A hora e a vez do surfe brasileiro

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