SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A comissão eleitoral de Angola confirmou nesta segunda (29) que o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) venceu as eleições gerais da semana passada.

Com isso, o partido --que assumiu o controle do país após a sua independência, em 1975--, continua no poder. E o atual presidente, João Lourenço, segue no cargo para um segundo mandato.

Segundo a contagem, o partido governista obteve uma maioria de 51,17% do total de votos. Seu adversário de longa data, a Unita (União Nacional para a Independência Total de Angola), arrebanhou 43,95% deles, seu melhor resultado histórico.

O líder da Unita, Adalberto Costa Junior, já tinha rejeitado os resultados provisórios na semana passada, alegando discrepâncias entre a contagem da comissão e a da principal coligação da oposição. Antes das eleições, a Unita e alguns meios de comunicação públicos alertaram para o risco de fraude.

Em entrevista na sede do MPLA Luanda após a divulgação dos resultados, João Lourenço afirmou que a comunidade internacional não duvida da lisura do pleito, e que a vitória de seu partido é um "voto de confiança" por parte da população para que o seu partido promova acordo e diálogo.

Lourenço ainda aproveitou a ocasião para prometer mais empregos para os jovens. Metade dos angolanos com menos de 25 anos está desempregada hoje. Segundo analistas, essa faixa etária era uma das que mais provavelmente votaria na campanha da Unita.

Em Angola não há eleições presidenciais. Assim, o líder da lista legislativa torna-se automaticamente chefe de Estado.

O MPLA, que nas eleições passadas, em 2017, obteve 61% dos votos, teve desta vez seu resultado mais apertado. O partido manteve a maioria no Parlamento, com 124 dos 220 assentos. Mas perdeu a maioria de dois terços que permitia que ele aprovasse leis sem apoio de outro partido. Enquanto isso, a oposição está mais forte do que nunca, com 90 cadeiras no Parlamento.

Menos da metade dos eleitores angolanos registrados compareceu à eleição de quarta (24), a mais acirrada na história recente do país. Analistas temem que a disputa de agora possa desencadear manifestações em massa e violência.


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